FIGURA: Alex Telles

Bombista salvador, herói do reino azul e branco, decisivo. Pontapé fantástico aos 87 minutos, tanta crença, tanta paixão naquele pé esquerdo. Jogo resolvido pelo homem que já estava a ser o melhor do FC Porto até esse momento de inspiração. Fez lembrar Cláudio Branco, compatriota e antecessor no cargo de lateral esquerdo nos início dos anos 90.

MOMENTO: Cha Cha Cha para as nuvens, minuto 45

Ingrato, cruel. Profissional de seriedade à prova de bala, Jackson quis bater a grande penalidade contra o seu antigo clube e mandou a bola para a bancada. Momento de infelicidade, poucos minutos depois de já ter cabeceado ao lado uma bola para golo. Regresso infeliz ao Dragão, casa onde construiu uma imagem de avançado implacável e de grande classe. Diga-se, por curiosidade, que Jackson falhou cinco penáltis ao serviço do FC Porto. Três em 2013 (Olhanense, Rio Ave e Marítimo), dois em 2014 (Athletic Bilbau e Sporting). Na memória está ainda uma desperdiçada contra o Benfica num desempate por castigos máximos. No Estádio do Dragão e uma cópia da mal batida frente ao Portimonense.

NEGATIVO: a saída de bola do FC Porto

Tantos erros na primeira fase de construção, tantos passes de risco sem necessidade, tanta tremedeira. Uma equipa com a dimensão do FC Porto tem de reagir melhor à pressão adversária neste momento do jogo.  

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Outros destaques:

Jackson Martinez

Tem 33 anos, uma lesão crónica e grave, joga por amor ao futebol numa equipa que luta por objetivos incompatíveis com o seu talento. É um dos profissionais mais sérios que já passou pela liga portuguesa. Não será um jogo infeliz e um penálti desperdiçado – o sexto em jogos oficiais ao serviço de clubes portugueses – a colocar uma carreira brilhante em causa.

Bruno Tabata   

Plano de fuga perfeito para as ideias de Paulo Sérgio. Todas as transições algarvias acabaram na esquerda e na velocidade do internacional sub-23 brasileiro. Jesus Corona fez uma das exibições mais pobres da época muito por culpa do extremo do Portimonense. Fez um par de cruzamentos perigosos – colocou a bola na testa de Jackson para golo – e teve um remate perigosíssimo. Fez muita falta ao Portimonense semanas a fio.

Mbemba

Atuação quase perfeita, forte em todos os aspetos do jogo. Tremeu numa saída de bola, prontamente resolvida, e procurou transportar a equipa do FC Porto para a frente em vários instantes. O ex-Newcastle começa, de facto, a mostrar que pode ser um titular absoluto.

Otávio

Desaparecido no primeiro tempo, o brasileiro cresceu muito no jogo com a saída de Matheus Uribe. Deu uns passos atrás no papel, passou a ter mais bola e influência. Dos mais inconformados na ofensiva final azul e branca.

Matheus Uribe

Já estava a fazer um jogo fraco quando cometeu penálti sobre Jackson. A nota baixou ainda mais. Demasiados passes falhados para um internacional colombiano com a sua experiência.

Lucas Fernandes

O prodígio brasileiro tem feito uma época aquém das expetativas em Portimão, também por problemas físicos. Mas o talento está todo lá, como demonstrou no Dragão. Principalmente até ao intervalo.