O FC Porto teve que suar mesmo muito para evitar um novo escândalo no Dragão. 

Mais do que as dificuldades inesperadas, além dos óbvios problemas que um empate criaria ao FC Porto (a entrada direta na Champions ficava cada vez mais comprometida), este triunfo à tangente é um autêntico anti-clímax na ideia de que, com este novo período de liderança de Luís Castro, tudo iria melhorar no reino do Dragão.

O êxito em Nápoles não gerou o «upgrade» de confiança que se esperaria.

Este FC Porto, diante do Belenenses, lembrou mais os momentos de crise com Paulo Fonseca do que, propriamente, o período de alguma recuperação que o arranque de Luís Castro parecia indicar.

Os primeiros sinais de fragilidade portista deram-se na primeira parte. A equipa nunca conseguiu dominar, tardava em mandar no jogo, em empurrar o Belenenses para a sua baliza.

Sem Fernando, o meio-campo azul-e-branco perdeu uma boa parte de dinamismo e intensidade. O jogo não saía fluído. Carlos Eduardo e Josué nunca foram as referências que o jogo portista exigia.

Aproveitou o Belenenses, que surgiu no Dragão arrumado, surpreendentemente tranquilo, a disfarçar por completo o momento aflitivo que vive na tabela.

Lito Vidigal mostrou, na estreia, que tem condições de introduzir melhorias técnica num Belenenses que, nas últimas semanas, acusou perda clara de qualidade.

Desta vez, e enquanto jogou com 11, o Belenenses defendeu bem e explorou, sempre que pôde, o contra-ataque.

Jackson cabeceou para dentro da baliza perto da meia-hora, mas terá carregado em falta João Meira. O árbitro anulou o que seria o 1-0.

Apareceu, então, a expulsão, exagerada, de João Afonso. O intervalo chegava com um empate justo, mas com a perspetiva do FC Porto, no segundo tempo, aproveitar a inferioridade numérica do adversário.

A verdade é que os dragões reapareceram com os mesmos problemas do primeiro tempo: falta de pontaria, escassa intensidade.

Luís Castro começou a mexer e, novamente, mexeu bem: Quintero e Kelvin trouxeram juventude, irreverência e (até que enfim...) mais intensidade no jogo ofensivo.

Com menos um, o Belenenses começava a ficar sem soluções para aguentar o 0-0. Matt Jones foi adiando o inevitável, mas não era possível suster o tiraço, em segunda bola após lance ofensivo, de Quintero.

O 1-0 aparecia já perto dos 80. Lançado, Quintero quase fez o segundo logo a seguir, em bomba, de livre, à trave.

O FC Porto agarrou os três pontos, mas não ganhou para o susto. Alguns fantasmas regressaram ao Dragão, numa época que, está visto, é de mesmo muito sofrimento para a nação portista.

O Belenenses perdeu o jogo mas pode ter ganho uma nova esperança: com Lito Vidigal é, de facto, bem mais arrumado.