Na eficácia está o ganho, já se diz à boa cheia, e o Nacional, este domingo, foi tremendamente eficaz na receção ao Desp. de Chaves.

Num duelo aguerrido entre um ex-aflito e o atual lanterna-vermelha da I Liga, a formação madeirense acabou por somar um triunfo importante, por 2-0, e viu ampliar a diferença de pontos que a separa da zona de despromoção, na qual se manteve até há quatro jornadas.

Se Costinha vai passar um Natal mais descansado, o mesmo já não acontecerá com Tiago Fernandes, cuja equipa tarda em apresentar condições para descolar do último lugar à 14.º jornada. Vale que as companhias do fundo da tabela também não venceram.   

O desespero por pontos levou a uma entrada com pressão alta por parte do Desp. Chaves, procurando surpreender com transições rápidas. A intenção valeu o primeiro remate enquadrado da partida, aos 7m, por Zangre. Já o Nacional procurava construir, mas só num lance de bola parada, aos 14m, chegou a assustar, com remate de Felipe Lopes, que foi desviado para canto após embater num defesa flaviense.

Estava dada a toada do jogo e foi num desses lances que o Desp. Chaves esteve quase a festejar o golo. Aos 25m, Vítor Ferreira assinalou grande penalidade contra o Nacional, por falta de Campos sobre Paulinho.

Mas alertado pelo VAR e depois de visionar as imagens do lance, o árbitro principal voltou atrás na decisão e admoestou o defesa flaviense com a cartolina amarela, por simulação.

Aos 33m, na sequência de um pontapé de canto, Júlio César quase marcou de cabeça. Mas dois minutos depois, o feitiço virou-se contra o feiticeiro, já que acabou por ser o Nacional a marcar numa transição rápida.

Marakis recupera a bola no meio campo defensivo flaviense e lança e opta por cruzamento longo para Witi, na esquerda, toca de primeira para o interior da área, onde surge o desvio letal de Rochez, perto do segundo poste.

O golo devia ter trazido mais confiança ao Nacional, mas a equipa madeirense, ante a pressão da equipa de Tiago Fernandes em busca do empate, acabou por passar momentos de algum sofrimento até ao apito para o descanso, fruto, em alguns casos, de erros defensivos.

Num desses lances, Platiny perdeu algum tempo no aproveitamento de uma ‘oferta’ de Felipe Lopes, já que acabou por cruzar tarde e para uma zona sem colegas para finalizar. Pouco depois, já em cima dos 45’, um cruzamento da direita de Niltinho encontra o mesmo Platiny em excelente posição, mas o cabeceamento foi desviado para canto com uma defesa imperial de Daniel Guimarães.

A partida foi para intervalo pouco depois da cobrança de um livre direto, em zona frontal, que Luís Martins cobrou contra a barreira alvi-negra.

Mas o sofrimento madeirense antes do descanso poderia muito bem ter sido minorado caso Witi, antes do livre lance, tivesse concretizado a aquela que foi a terceira grande oportunidade de golo de toda a primeira parte. O avançado moçambicano recuperou o esférico a meio campo e depois de tirar um flaviense do caminho, meteu o turbo até ficar no cara a cara com Ricardo, valendo a este que o remate saiu à figura.

Tiago Fernandes operou uma substituição ao intervalo, no eixo da defesa, com a entrada de Marlon Rangel para o lugar de Hugo Basto, aparentemente por lesão. Pouco depois do reatamento, o técnico flaviense refrescou o ataque, trocando Zangre por Avto.

A equipa de Costinha estava a controlar o jogo e mostrava mais argumentos para voltar a mexer com o marcador.

Com as mexidas de Costinha, que lançou Riascos por troca com Camacho, e depois Palocevic por Jota, o jogo entrou numa fase de reajustamentos que levou a uma perda de qualidade no jogo. Mas neste período, foi notório um certo ascendente dos flavienses.

Aos 68m, Paulinho apareceu isolado, e o empate só não aconteceu por força de um enorme Daniel Guimarães.

O Desp. Chaves foi ganhando faltas em zonas ofensivas, mas os lances estudados da equipa transmontana apenas causaram alguns calafrios entre as hostes madeirenses.

Já com os reajustamentos assimilados por ambas as equipas, o Nacional voltou a pegar no jogo, e a pressão ofensiva dos madeirenses acabou por dar frutos num lance infeliz de Avto, que, aos 74’, à entrada da grande área, travou um remate de Palocevic.

Os flavienses protestaram, mas Vítor Ferreira, que deverá ter consultado o VAR via intercomunicador, não voltou atrás na decisão prontamente assinalada.Chamado a converter, Rochez não deu hipótese de defesa a Ricardo, sentenciando praticamente o resultado com pouco mais de um quarto de hora para jogar.

Até aos 90m, os flavienses, com muito coração, procuraram reentrar na discussão do marcador, mas o desacerto na hora de atirar a contar e um muro chamado Daniel Guimarães, encarregaram-se de manter o marcado inalterado até ao apito final. Quando este soou, numa das bancada cantava-se Feliz Natal.