Uma primeira parte azul, uma segunda interessante para conclusões finais. O Belenenses somou a segunda vitória na liga, acabou com uma série de seis jogos seguidos a perder com o Nacional, mas não se pode livrar de levar um pequeno raspanete, enquanto Miguel Rosa merece todos os elogios da tarde.

O camisola 7 foi o melhor em campo e teve influência nos três golos. Foi ele, por exemplo, que no segundo tempo arrancou a jogada do 3-1, o golo que acabou com a ambição do Nacional, uma equipa que foi melhor com dez unidades do que com 11. De estranhar, porém, só mesmo aquela primeira parte que obrigou Manuel Machado a mexer logo aos 28 minutos, para emendar algo que já estava a correr muito mal.

Os minutos iniciais foram bastante bons para quem estava na bancada. Jogo em ritmo veloz e com Belenenses e Nacional a chegarem com perigo às áreas contrárias. Não havia quem dominasse, portanto. A um lance inicial dos madeirenses, respondeu o Belém num tremendo pontapé de Rodrigo Dantas, uma das figuras da equipa. A um lance de Ayala na área dos lisboetas, respondeu Bruno China com lance semelhante ao do colega.

Depois destes instantes, o jogo estava a perder velocidade, mas foi por essa altura que o Belenenses arrancou para o golo e para o domínio do encontro. O 1-0 nasceu de uma bola parada, com Deyverson a enviar para o fundo das redes um canto de Miguel Rosa que passou toda a área.

Ora, a partir daí, o Belenenses dominou o resto do primeiro tempo e obrigou Manuel Machado a fazer dupla alteração aos 28 minutos. É verdade que o Nacional ainda introduziu a bola na baliza de Matt Jones, num lance invalidado por um fora de jogo duvidoso, mas a supremacia azul foi evidente. Logo depois dessa decisão da equipa de Carlos Xistra, o 2-0. Miguel Rosa no princípio de tudo, claro.

O camisola 7 ganhou a meio-campo, arrancou pela esquerda e a bola acabou por chegar a Deyverson. Este abriu em Rodrigo Dantas que foi feliz. O 2-0 dava alguma tranquilidade ao Belenenses que no meio-campo ganhou sempre os duelos.
Uma tendência que ia mudar no segundo tempo, muito pela falência de pernas no meio-campo azul: China e Danielsson encostavam cada vez mais tarde nos opositores.

A marcação homem a homem no miolo dava resultados pela pressão e agressividade de Danielsson, Rodrigo Dantas e Bruno China. Quando ela desapareceu no segundo tempo, mesmo com um jogador a mais, os lisboetas passaram por aflições.

Manuel Machado mudou ao intervalo e abriu a frente de ataque. O Nacional vinha melhor, mas logo de seguida novo revés. Aly Ghazal foi expulso com segundo amarelo e foi preciso o técnico reformular de novo. Em suma, poucas coisas lhe corriam bem no Restelo.

João Aurélio teve de fazer de médio mais recuado, mas o Nacional mantinha-se ameaçador agora com jogo mais direto e com Marco Matias e Rondon a chegarem mais depressa ao apoio a Suk. Apesar da inferioridade, os madeirenses conseguiram reduzir, também num lance duvidoso entre Camara e Sequeira: o lateral acabou no chão, dentro da área, e Xistra assinalou um penálti que Marco Matias converteu.

Do outro banco, Lito Vidigal assistia. Insatisfeito, obviamente. e foi dando à equipa quem trocasse melhor a bola: lançou Fredy e depois Tiago Silva. O primeiro viria a ser decisivo. No entanto, é melhor voltar a Miguel Rosa por mais uns momentos. Num período em que o Belenenses não conseguia jogar, foi outra vez o número 7 a pegar na bola e a perceber como desequilibrar. Agora na direita, arrancou em força, driblou para dentro e foi descobrir um colega livre do lado oposto.

Era Fredy, que puxou para o meio e enviou um pontapé forte à baliza de Gottardi. Uma bomba que levou à paz no jogo do Belenenses. A partir daí, e mesmo que a atitude do Nacional seja de louvar, os lisboetas voltaram ao comando e ainda desperdiçaram várias ocasiões para aumentar o resultado.

Desse modo, o Belenenses soma seis pontos em dois jogos, o Nacional duas derrotas. Mas uma outra ilação as duas equipas devem tirar : o Belenenses tem de rever o porquê de ter perdido o controlo do jogo com um homem a mais, o Nacional a razão que levou a uma primeira parte inferior na agressividade e que lhe custou o jogo.