Dúvidas? Este Sp. Braga tem mesmo tiques de candidato e provou-o ao impor a primeira derrota da época ao Sporting (1-0). Os guerreiros gladiaram-se olhos nos olhos com o leão, dominaram o encontro e deram a estocada na equipa de Alvalade a um quarto de hora do fim com um golo de Dyego Sousa.

Triunfo construído com bases sólidas e com a personalidade que já vem sendo característica neste Sp. Braga. Evidenciando a capacidade goleadora de uma equipa que marcou em todos os jogos até agora, nem num jogo de maior nomeada os pupilos de Abel Ferreira se encolheram e provocaram aquilo que é normal neste Sporting: sofrer golos fora de casa. Foi o 22º jogo consecutivo longe de Alvalade a sofrer golos.

FICHA DE JOGO E O AO MINUTO: 1-0

Sem Mathuieu, que se lesionou frente ao Qarabag, o defesa central André Pinto foi a única novidade do Sporting, entrando no onze juntamente com um coro de assobios. A saída da Pedreira para Alvalade não foi pacífica e cada toque na bola teve acompanhamento dos adeptos. No Sp. Braga Claudemir jogou no lugar de Palhinha, emprestado pelo Sporting, e Tiago Sá regressou à baliza depois de Marafona ter jogado na Taça da Liga.

Muita entrega, pouca criatividade

As claques bracarenses pediram ousadia numa tarja gigante colocada na bancada e foi dessa forma, ousada, que a equipa de Abel Ferreira se apresentou em campo. Destemida, a olhar de frente o leão e sem medo se assumir as rédeas do jogo de tal forma que pôs o Sporting várias vezes em sentido.

Mais oleada e também mais fresca fisicamente, a equipa do Sp. Braga obrigou o Sporting a ter de ser mais reativo do que propriamente ativo na gestão do golo. Expectava-se por um rasgo de genialidade, um lance individual ou uma bola parada que pudesse causar frisson, algo raro na primeira parte perante o encaixe de ambas as equipas.

Registaram-se aproximações a ambas as balizas, cruzamentos venenosos do Sp. Braga, algumas tentativas de meia distância e Nani a obrigar Tiago Sá a fazer uma grande defesa na sequência de um livre de Bruno Fernandes que o extremo penteou com mestria. Pouco para a amostra, ainda assim, atendendo ao que o jogo prometia.

Dyego Sousa acende rastilho

Os minutos iniciais da segunda metade foram similares, jogados na mesma toada. Ritmo e aceleração, muita luta, mas sem intensidade suficiente para criar desequilíbrios determinantes. Cenário que se foi alterando com um crescimento do Sp. Braga no jogo.

A Pedreira aprecia empurrar, parecia um barril de pólvora em «stand by» à espera de uma faísca. De quando em vez o leão tentava rugir, mas sem alma para contrapor os guerreiros. Até que a um quarto de hora dos noventa Dyego Sousa acendeu o rastilho que os bracarenses precisavam.

Ação fundamental de Eduardo na esquerda, acabado de entrar na partida, a tirar o cruzamento rasteiro para o coração da área. Por entre a lentidão da defesa sportinguista a cortar apareceu Dyego Sousa a encostar de forma decisiva para o fundo das redes.

A parca capacidade de resposta do Sporting, que teve no jovem Jovane um dos principais expoentes nos derradeiros minutos, permitiu ao Sp. Braga gerir as incidências do jogo, impondo a primeira derrota da temporada ao Sporting e não deixando fugir o Benfica na classificação.

Os guerreiros têm tiques de candidato e não abandonam o topo.