A FIGURA: Gelson não brilhou mas chegou para o serviço

A preponderância que tem nesta equipa do Sporting já é conhecida de todos e frente o Estoril voltou a ser o elemento mais desequilibrador dos leões, sobretudo na segunda parte, em que deu água pela barba a Ailton no flanco direito. Em duas ocasiões Gelson fez a papinha toda a Bas Dost, mas o avançado não conseguiu aproveitar aquilo que pareciam ser golos certos. À entrada dos últimos vinte minutos teve ele próprio a oportunidade de fazer o gosto ao pé, mas não conseguiu acertar nas redes quando apareceu na cara de Luís Ribeiro. Ainda assim, esse lance não pode manchar de forma alguma mais uma exibição conseguida de Gelson. Não deslumbrou como noutros jogos, mas foi sempre o elemento mais perigoso dos leões. O quanto baste.

O MOMENTO: Bas Dost acalmou o leão

Depois de ter desperdiçado várias oportunidades claras para marcar, o avançado holandês acabaria por fazer o gosto ao pé já em cima do final. Aos 85’ Bas Dost arrancou um penalti na área estorilista e no minuto seguinte ele próprio o converteu, fazendo o golo da tranquilidade do Sporting num momento de maior ascendente do Estoril, que procurava pelo menos o empate. O tento do goleador (o 18.º) colocou um ponto final nas dúvidas sobre o vencedor e deu mais três pontos importantes aos leões.

A VIDA DO SPORTING SEM ADRIEN

OUTROS DESTAQUES

Bryan Ruiz

O costarriquenho foi lançado a titular na vez de Bruno César e correspondeu com um golo, abrindo o marcador aos 22 minutos. Um regresso feliz à titularidade e também aos golos, algo que não conhecia desde o final de setembro, frente ao Legia Varsóvia, para a Liga dos Campeões. Feitas as contas, Ruiz não fazia o gosto ao pé há cerca de quatro meses. Numa época claramente abaixo das capacidades já demonstradas, Ruiz tinha até esta noite um golo na Liga apenas, apontado na primeira jornada, diante do Marítimo (2-0).

Alan Ruiz                             

O outro dos Ruiz do Sporting teve um papel determinante no desenrolar da partida, mais que não seja porque teve intervenção nos principais lances de perigo criados pelos leões, incluindo o que resultou em golo, tendo feito o cruzamento para o interior da área, em que Schelotto desviou e Bryan Ruiz encostou para o fundo das redes. Juntou a isto alguns bons pormenores técnicos, mas também uns raspanetes de Jorge Jesus junto à linha. Enfim, nem tudo foi positivo pelos vistos.

Kléber

Entrou após o intervalo e depressa fez lembrar porque deveria ter sido ele o titular novamente, em vez de Bruno Gomes. Com Kléber em campo o Estoril foi sempre mais perigoso no ataque do que no primeiro tempo. Dotado tecnicamente e com um faro de golo constante, o brasileiro surgiu um par de vezes na cara de Rui Patrício, mas permitiu sempre a antecipação da defesa leonina ou do próprio guarda-redes. O não ter sido titular pode ter sido uma antecipação ao jogo para a Taça de Portugal na próxima semana, mas não teve efeitos positivos para a equipa canarinha.

Matheus Índio

O elemento com mais liberdade para jogar na equipa do Estoril e isso foi claramente parte da estratégia pensada por Carmona para este jogo. Sem adotar posições fixas no terreno, Índio foi uma constante incógnita para a defensiva leonina durante o primeiro tempo e um elemento importante para as principais jogadas de perigo estorilistas. Pelo meio ainda testou a atenção de Patrício com um excelente remate de longe, mas não conseguiu marcar. No segundo tempo esteve bem mais apagado, sintoma talvez da conversa de Jesus ao intervalo com a sua equipa.

Yarchuk

Pela negativa claramente. O médio foi uma das surpresas de Pedro Gómez Carmona no onze inicial, porventura no intuito de reforçar o miolo do tereno, setor em que o Sporting se apresentou «órfão» de Adrien Silva. Ainda assim, a exibição de Yarchuk foi pouco conseguida e quase sempre até algo desastrada. Os pouquíssimos minutos somados esta época faziam da sua utilização um risco, mas por outro lado uma surpresa e uma cartada que podia revelar-se decisiva. Não o foi, de todo, e saiu já na reta final com poucos motivos para sorrir.

Um duelo de velhos conhecidos

Licá e Jefferson protagonizaram um duelo particular bastante interessante, tendo em conta que se reencontraram depois de tantos anos na casa onde ambos já foram muito felizes antes de partirem para outros destinos. Na primeira parte foi Licá quem levou a melhor na maior parte das vezes, contudo o brasileiro do Sporting conseguiu anular melhor as investidas do português no segundo tempo. Sé eles saberão o que lhes passou pela cabeça, mas terá sido certamente uma partida especial para ambos.