Sinisa Mihajlovic anunciou que vai para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) exigir uma indemnização ao Sporting. Em entrevista ao jornal Gazzetta dello Sport, o treinador sérvio adianta que tinha definido um contrato para as próximas três temporadas com Bruno de Carvalho e que, depois, foi despedido «sem justa causa», por Sousa Cintra.

«Disseram-me que não passei no período de experiência previsto nos contratos portugueses entre clubes e treinadores. Pena que nessa altura ainda estava de férias na Sardenha», lamenta o treinador.

Uma aventura curta em Lisboa num período de forte convulsão no Sporting. Mihajlovic chegou à capital portuguesa e mal teve tempo para desfazer as malas, envolvido no turbilhão que levou à mudança de direção no clube de Alvalade. Um final triste para o treinador que reservava algumas expetativas para o projeto Sporting. «Aceitei com grande entusiasmo, como sempre quando começo uma nova experiência profissional, porque desta vez ia para o estrangeiro, para um campeonato de prestígio. Durante as negociações tinha recolhido todas as informações e também precauções. Não esperava que em vez de estar no banco, estar de volta a um tribunal para reclamar os meus direitos», prosseguiu.

O treinador sérvio conta ainda que no último verão teve propostas de um clube francês e de um clube inglês, mas escolheu de imediato o Sporting, apesar da situação complicada que o clube já vivia na altura. «Falei longamente com o ex-presidente Carvalho, tomámos decisões sobre compras, em suma, as coisas estavam feitas, como deveria ser, também através da criação estratégias, porque o clube tinha perdido jogadores que tinham alegado justa causa», conta ainda.

A verdade é que Mihajlovic mal teve tempo de tomar contato com a realidade do Sporting, uma vez que, pouco depois de chegar, foi afastado de forma unilateral pela nova direção encabeçada por José Sousa Cintra. «Posso confirmar que fui demitido sem justa causa pelo Sporting CP alguns dias antes do início do contrato que me ligaria para as próximas três temporadas», explicou antes de avançar mais detalhes.

«Em meados de junho fui a Lisboa para negociar com a direção do Sporting o meu compromisso e o da minha equipa. Ficou definido um acordo de três anos a partir de 1 de Julho alguns dias mais tarde, no entanto, o presidente Bruno de Carvalho, que me tinha apoiado fortemente no Sporting, foi demitido pela Assembleia Geral a 27 de junho e o clube dispensou-me do cargo alegando que tinha passado o período experimental requerido pelos regulamentos portugueses para contratos entre clubes e treinadores. Mas esta justificação está absolutamente infundada, já que na altura o contrato não tinha sequer começado e eu ainda estava de férias na Sardenha», explica.

Uma situação inédita na carreira do antigo internacional. «Em trinta anos de carreira, entre jogador e treinador, nunca me tinha acontecido uma coisa assim, vou lutar pelos meus direitos até ao fim», destacou ainda o treinador sérvio que está a estudar com os seus advogados uma possível queixa no TAS de Lausanne para obter, pelo menos, uma compensação financeira