O Tondela de Natxo Gonzalez fez este domingo história nos Barreiros ao conseguir somar os primeiros pontos desde que defronta equipas na Madeira. A vitória por 2-3 foi arrancada, com alguma felicidade à mistura, ante um Marítimo que só deu um ar da sua graça no segundo tempo, e depois de estar a perder por dois de diferença.

Ambas as equipas, que vinham de derrotas, apresentaram alterações nos onzes iniciais, com destaque para as três dos beirões, com as entradas de Jaquité, Xavier e Denilson por troca com Pedro Augusto, João Pedro e Jonathan Toro. Do lado dos insulares, Getterson e Edgar Costa deram o lugar a Daizen Maeda e Marcelinho.

Filme e ficha e jogo

O Marítimo foi o primeiro a aproximar-se com perigo da baliza de Cláudio Ramos, mas coube a Charles, pouco depois, efetuar uma grande defesa a remate de Richard, desferido ainda antes da meia lua, aos 10 minutos. Mas depois pouco futebol se viu nos Barreiros na etapa incial.

O Tondela, com um jogo muito paciente e pragmático, foi controlando as operações ante um Marítimo pouco objetivo e previsível na construção, a qual decidiu quase sempre com lentidão a mais.

Aos 19 minutos, Nuno Manta foi forçado a lançar Barrera no jogo, por força da lesão de Jorge Correa. A mexida ajudou a desequilibrar o sistema de marcações dos tondelenses, uma vez que Marcelinho, que começou na esquerda, derivou para a direita, ficando Barrera com a ala oposta.

No minuto seguinte, Jhon Cley, conseguiu o primeiro remate enquadrado do Marítimo, mas o esférico saiu enrolado e com pouca força, facilitando o encaixe sem problemas do guardião beirão.

O calor que imperava na tarde funchalense deverá ter ajudado a condicionar o jogo de ambas as equipas, mas o Tondela, se é que o pormenor da temperatura teve alguma influência, foi a menos afetada, pelo menos em termos de objetividade.

Depois da meia hora de jogo, a formação de Natxo Gonzalez começou a subir a linhas, sem descurar as costas. A única excepção ocorreu aos 37 minutos, quando Marcelinho atacou a profundidade após um belo passe de Bambock, e esteve perto de inaugurar o marcador. Só que o chapéu do jovem extremo brasileiro a Cláudio Ramos saiu caprichosamente por cima da barra, após o esférico saltar em frente à baliza deserta…

Quando já esperava pelo intervalo, o Tondela acabou por chegar ao golo, numa grande penalidade a punir falta sobre Murillo, que Denilson converteu sem dar hipóteses a Charles. A paciência beirã compensou, e de que maneira. Foi uma questão de acelerar o jogo na hora certa, embora tenha contado com uma abordagem desastrosa do central sérvio dos insulares.

A perder, Nuno Manta Santos tirou o médio Vukovic lançando o avançado Getterson, ao intervalo. O Marítimo entrou a tentar empurrar o Tondela para o seu último reduto, mas os beirões, bem fechados, apenas permitiam remates de meia distância, ou cruzamentos que foram sendo interceptados por Cláudio Ramos.

Mas o Tondela voltaria a marcar. A defesa maritimista não foi lesta a tirar a bola da zona de perigo, onde aparecer Richard a tentar finalizar após passe de Murillo, e, na sobra, o recém-entrado João Pedro, só teve de encostar à bola da baliza, aos 66 minutos.

O 2-0 tinha tudo para abalar as convicções verde-rubras, mas não foi o caso. Nuno Manta lançou Rodrigo Pinho, por troca com o defesa direito Nanu, e o avançado correspondeu aos 71 minutos com um golo que relançava a equipa discussão do resultado.

Cinco minutos depois, o conjunto insular, que apostava tudo no ataque, chegou ao empate, concretizado de cabeça pelo japonês Daizen Maeda, em cima da linha de golo. O lance suscitou dúvidas, mas o árbitro André Narciso, depois de consultar o VAR, validou o lance.

A partida estava imprópria para cardíacos, e mais ainda ficou quando o juiz da AF de Setúbal marcou nova grande penalidade (também validada pelo VAR), aos 86 minutos. O jogo esteve parado cerca de quatro minutos, mas Richard, chamado a converter, fez o 2-3 sem tremer.

A formação madeirense acusou a desvantagem, mas ainda conseguiu criar o último grande lance de golo do jogo, com Getterson a rematar para fora em plena grande área.