FIGURA: Ronan, comandante no rio Ave

O avançado entrou a vinte minutos do final, quando Daniel Ramos procurou agitar a equipa. O brasileiro de 24 anos acabou por ser decisivo ao anotar o golo que deu o empate ao Rio Ave mesmo em cima do último minuto do tempo regulamentar. Ronan foi feliz, mas o Rio Ave justificava esse a ajuda divina de Posseidon (deus grego do Mar).

MOMENTO: FC Porto mete água no fim da travessia, minuto 90’

O FC Porto dispôs de dois golos de vantagem, mas permitiu a recuperação ao adversário. Depois de Nuno Santos ter reduzido a cinco minutos do final, Ronan fez o que poucos previam: empato o jogo. Ainda que com alguma sorte à mistura, diga-se. O jogador recém-entrado rematou à entrada da área, a bola desviou em Alex Telles e traiu Casillas. Um lance semelhante ao golo que originou o 0-2 para os dragões. Merecido.

Outros destaques:

Pepe: exibiu-se a melhor nível que Felipe. Lembrou o Pepe no auge da carreira: tempo de entrada à bola oportuníssimo, intransponível no jogo aéreo, poder de antecipação perfeito, enfim. Até aos quinze minutos finais, nos quais a equipa se evaporou juntamente com o internacional português.

Gabrielzinho: está a viver o melhor período ao serviço dos vila-condenses. Chegou com o rótulo de jogador mais caro da história do Rio Ave e só agora começa a justificar o valor investido. Irrequieto e rápido, foi ameaça constante para o FC Porto. Notável a facilidade como se livrou de Felipe para servir Bruno Moreira (7’), e pouco depois, assistiu Dala para um desvio ao lado (35’). Enquanto teve pernas, Gabrielzinho foi o melhor elemento do Rio Ave.

Brahimi: o comandante do navio portista durante cerca de 70 minutos. A vantagem madrugadora do FC Porto tem muito do argelino. Brahimi indicou o caminho marítimo para o Eldorado com um golo incomum de cabeça – o primeiro golo semelhante foi apontado ao Belenenses em 2015/16. Ao contrário da semana passada, o extremo magrebino soube soltar a bola nos momentos certos e deixou várias vezes os colegas em boa posição. No quarto de hora final e já sem Brahimi em campo, os portistas desviaram-se da rota e acabaram prejudicados.

Rúben Semedo: não houve exibição mais intermitente que a do central vila-condense. Ora não se deixava ultrapassar por Marega ou Corona, ora errava cortes simples como o que resultou no 0-2 para os portistas. Destacou-se pela facilidade com que dobrou os colegas do sector – é muito veloz – e pela facilidade com que saiu a jogar.

Nuno Santos: a época começou agora para o jovem extremo vila-condense. Depois de uma lesão que o afastou dos relvados durante vários meses, Nuno Santos encontrou a felicidade. Após um primeiro período apagado, cresceu com o decorrer dos minutos. Nem sempre definiu da melhor forma, mas teve sangue frio na hora de picar a bola por cima de Casillas (85’). Segundo jogo seguido a marcar.