No limbo entre a desconfiança e os olhos no topo, o Sp. Braga deu um safanão na espécie de crise que ameaçava atravessar e acaba a 3ª jornada da Liga no topo da classificação, mas com melhor diferença de golos comparativamente à concorrência. O triunfo sobre o Aves foi difícil (3-1), exigiu a recuperação de uma desvantagem, mas deixa os Guerreiros no primeiro posto.

Uma bomba de Wilson Eduardo e um cabeceamento oportuno de Palhinha fizeram a diferença perante um Aves que se tinha adiantado no marcador por intermédio de Defendi, sendo que Dyego Sousa ainda aproveitou para confirmar o triunfo. Foi o mote que os bracarenses precisavam para acordar. Renasceram na pressão, camuflaram uma prestação global a pedir afinações, mas amealharam os três pontos com alma, muita alma.

Abel Ferreira prometeu mudanças na equipa para fazer face às exibições pouco conseguidas dos últimos jogos, mas a realidade é que apenas mudou uma unidade por opção técnica. Goiano regressou naturalmente ao onze depois de recuperar de lesão e a novidade foi a inclusão de Palhinha no miolo ao lado de Novais. O médio cedido pelo Sporting foi determinante.

Domínio pouco convincente

Sem duas unidades fulcrais, o Aves apresentou-se na Pedreira a fazer jus à análise do seu técnico no lançamento do jogo. José Mota aludiu que cada minuto que passasse podia ter peso nos jogadores do Braga, e os avenses fizeram por bloquear os caminhos da sua baliza de forma organizada.

Vítor Gomes foi baixa de última hora devido a queixas musculares, Nildo, o homem do jogo contra o Tondela na última jornada, foi para a bancada de forma surpreendente por opção do treinador. Rúben Oliveira substituiu o médio e Elhouni esteve no corredor esquerdo. De quando em vez a equipa da Vila das Aves lançou-se em velocidade em direção à baliza de Matheus, mas foram momentos raros para tentar apanhar o adversário em contrapé.

O Sp. Braga viu-se na contingência de assumir o jogo depois de dois empates amargos, sabendo que o espaço concedido era venenoso, mas que dava para espreitar o topo da classificação. Face aos resultados da jornada os arsenalistas entraram em campo a saber que podia igualar o trio da frente – Benfica, Sporting e Feirense -, com a possibilidade de assumir a liderança.

Entre a tremedeira do momento e o chamariz do adversário e do próprio aliciante da classificação,l assistiu-se a um domínio descarado do Sp. Braga, mas pouco convincente. Muitos cruzamentos, várias trocas de bola mas pouco rendimento. Um remate ao ferro de Palhinha e alguns cabeceamentos mais ousados foram o máximo que os bracarenses conseguiram.

Desvantagem a espicaçar a Pedreira

O domínio na primeira metade foi bracarense, mas o Aves espreitou, sempre que pôde, incursões ao ataque com algum critério, ainda que por vezes faltasse discernimento no derradeiro passe. Aos 52 minutos Defendi adiantou o Aves no marcador ao aparecer bem a cabecear na ressaca de um pontapé de canto.

A vantagem avense durou apenas oito minutos e teve o condão de espicaçar a Pedreira. O Sp. Braga instalou-se no meio campo adversário e pareceu libertar-se das amarras. Dois golos em seis minutos operaram a cambalhota no marcador com os Guerreiros a mostrarem a face estonteante que tinham evidenciado na época passada.

Circulação rápida, várias alternativas para visar a baliza adversária e uma Pedreira a empurrar com calor humano. Passou a haver mais critério,e Wilson disferiu uma autêntica bomba a empatar a partida. Palhinha de cabeça fez o resto e virou a Pedreira do avesso. Dyego Sousa apenas confirmou, também de cabeça, o que já poucos duvidavam.

Pelo segundo jogo consecutivo o Aves deixa fugir a vantagem e ainda não conseguiu vencer na presente edição da Liga. O Sp. Braga vai refazendo a sua identidade com o implementar de novos executantes num sistema que deu provas no passado.