O Boavista mantém o estatuto de equipa invencível na Liga, mas soma o quarto empate consecutivo. O Moreirense vinha de três derrotas e volta a pontuar, mas esteve a ganhar até à reta final do encontro. Empate (1-1) em Moreira de Cónegos num duelo aos quadradinhos que não agradará por completo a ninguém e que acaba por ser um mal menor.

A equipa de Vítor Campelos ficou cedo em inferioridade numérica e tentou segurar o triunfo, que acabou por escapar ao minuto 82. Com mais um elemento em campo o Boavista conseguiu evitar a derrota num golo de bola parada, tal como o Moreirense, que chegou à vantagem também de bola parada, na transformação de uma grande penalidade.

O encontro ficou condicionado cedo pela expulsão de Halliche, descaracterizando a estratégia de ambas as equipas. Ninguém conseguiu o xeque-mate, acabando por sobrar um ponto para cada lado num embate aguerrido e com incidências quanto baste.

Penálti fora de horas passa o vermelho

Num embate de equipas que trajam de xadrez, disposto a esquecer a derrota na Taça de Portugal o Boavista entrou claramente melhor no encontro. Mesmo não tendo o técnico no banco, uma vez que Lito Vidigal estava suspenso depois da expulsão em Chaves, a equipa do Bessa entrou acutilante e a chegar com perigo à área contrária.

O minuto treze foi mesmo de azar para o Moreirense e Heriberto viu Iago desviar a bola para o ferro num dos lances de maior perigo do Boavista, que ameaçava claramente o golo. Ia valendo, nesta fase, Pasinato com algumas defesas determinantes.

Este tónico teve tudo para se acentuar a meio do primeiro tempo com a expulsão de Halliche. Heriberto ia a todo o vapor para a baliza, estatelou-se mesmo no limite da área e Hélder Malheiro sancionou a respetiva falta com direito a cartolina vermelha para o argelino dos cónegos. Vítor Campelos reagrupou a equipa, Steven Vitória entrou ainda na primeira metade, e o Boavista respondeu acrescentando Mateus como mais uma unidade ofensiva.

Quando se esperava pelo intervalo para acertar o posicionamento das peças em campo e estratégias para a segunda metade, numa fase em que ninguém ousava arriscar, o Moreirense marcou já nos descontos. Remate bloqueado por Ricardo Costa a dar direito a castigo máximo. Nenê não desperdiçou da marca dos onze metros e adiantou o Moreirense no marcador.

Bueno entra para provocar o empate

Reagrupou-se o Moreirense com um bloco mais compacto a defender, para fazer face ao esperado ímpeto reativa da equipa do Bessa. Ímpeto que se confirmou por parte da pantera, respondendo o Moreirense sempre que era possível espreitar o contragolpe.  

Foi evoluindo o cronómetro, o conjunto de Moreira de Cónegos manteve-se firme nas suas tarefas a anular as bolas despejadas pelo Boavista para a sua área. O domínio da equipa do Bessa foi evidente, mas a realidade é que não ia resultando em lances de verdadeiro perigo em jogadas de futebol construído.

Até que aos 82 minutos o assédio boavisteiro deu frutos. Água mole em Pedra dura, tanto bateu até que furou. Livre venenoso de Bueno para o coração da área, a solicitar um desvio que acabou por acontecer por parte de Iago na própria baliza. A bola foi batida de forma tensa e o defesa traiu o seu guarda-redes.

Os dois emblemas de xadrez empataram-se em Moreira de Cónegos, o Boavista até ameaçou o segundo golo mas mantém-se o histórico que dita que o Boavista nunca saiu vencedor de Moreira de Cónegos em jogos da Liga. Cumpre-se a tradição, mal menor para os conjuntos de Campelos e para Vidigal.