Dérbi algarvio emotivo e com incerteza no resultado até final. Terminou empatado, depois de desperdício e controlos repartidos. O Farense foi melhor até ao intervalo, o Portimonense assenhorou-se depois, com a mudança tática operada por Paulo Sérgio.

Os dois treinadores optaram pela continuidade e poucas alterações efetuaram nos onzes que começaram o jogo e também na abordagem ao jogo. No Farense, em 4x2x3x1, apenas uma mudança, com Fabrício Isidoro no lugar de Licá, que se ressentiu em Paços de Ferreira da lesão no tornozelo esquerdo e treinou condicionado durante a semana, pelo que iniciou o encontro no banco. No vizinho de Portimão, em 4x3x3, Paulo Sérgio também teve que alterar uma unidade devido a condicionantes físicas. Fahd Moufi aleijou-se diante do Benfica e nem sequer foi convocado, entrando Anzai, e Ewerton também regressou à titularidade, para o lugar de Jafar Salmani.

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Com a necessidade imperiosa de vencer para não perder o contacto com os adversários diretos na luta pela manutenção, o Farense entrou muito pressionante, a ganhar os duelos individuais e a empurrar o Portimonense para o seu meio-campo. Sem Licá, Fabrício Isidoro encostou à direita e Mansilla juntava-se a Pedro Henrique quando os leões de Faro operacionalizavam ações ofensivas, sobrando Ryan Guald que movimentou-se preferencialmente entre as linhas de defesa e do miolo do Portimonense.

Encolhido perante a entrada da equipa comandada por Jorge Costa, o Portimonense teve muitas dificuldades em organizar-se ofensivamente e o recurso ao futebol direto à procura de Beto tornou-se óbvio. Só que o avançado foi sempre bem vigiado por César Martins e Eduardo Mancha e poucas vezes conseguiu enquadrar-se com a baliza do Farense. Tal como os seus companheiros, pelo que só por uma vez Beto viu a sua baliza passar por dificuldades num momento de inspiração de Fabrício, que rematou de fora da área, levando a bola a embater na barra.

Os de Faro foram em vantagem para intervalo, depois de Pedro Henrique desperdiçar logo no início numa iniciativa de Ryan Gauld, com o avançado brasileiro a aproveitar de cabeça um descuido de Fali Candé que deixou-o finalizar nas suas costas, na sequência de um canto, com cruzamento largo de Ryan Gauld para o segundo poste. O escocês esteve ainda na terceira oportunidade dos visitados, quando rompeu para servir Mansilla, com o remate do argentino a ser desviado para canto por Samuel Portugal.

Paulo Sérgio tentou dar um cunho mais ofensivo à sua equipa após o intervalo, com a entrada de Anderson Oliveira para o lugar de Willyan Rocha, arrumando a sua equipa em 4x4x2, com Fabrício mais próximo de Beto. Os intentos foram conseguidos e a sua equipa foi mais atrevida e começou a incomodar a baliza farense.

Na sequência de um canto de Fali Candé a bola foi colocada ao segundo poste e Fabrício a rematou para grande defesa de Beto para canto, com a bola ainda a raspar o poste direito. Pouco depois o lateral luso guineense acertou na barra, num livre lateral. Os ferros voltaram pela segunda vez a impedir o golo ao Portimonense e Boa Morte testou depois a atenção de Beto, que viu o seu homónimo do Portimonense ganhar uma nesga de espaço, para visar a sua baliza, mas a pontaria não foi a mais adequada.

O Portimonense já estava por cima e o empate acabou por surgir, após um erro clamoroso de Eduardo Mancha, que falhou a abordagem num pontapé em profundidade de Fali Candé, tentou remediar atrasando de cabeça para o seu guarda-redes, que saiu curto e para os pés de Beto, com o avançado a fazer o chapéu que foi defendido por Beto, e Aylton Boa Morte não perdoou na recarga.

Até final o perigo não arredou e Gauld viu Fali Candé impedir um remate que levava a direção certa, respondendo depois Poha num livre direto frontal, ligeiramente por cima. Nos descontos, Samuel Portugal evitou a derrota da sua equipa, negando o golo a Licá. O empate aceita-se e reflete o equilíbrio nas oportunidades e domínios de jogo.