A tradição já não é o que era: 26 anos depois, o Gil Vicente vence o Famalicão, o primeiro triunfo na condição de visitante em jogos do campeonato. Os galos agravaram a crise de resultados dos famalicenses, que já não ganham há cinco jogos, e deram um salto na tabela classificativa. Claude Gonçalves vestiu a capa de herói ao apontar o único golo do encontro.

A primeira parte foi quase toda do Gil Vicente. A formação orientada por Ricardo Soares manietou a formação famalicense e conseguiu controlar os tempos de jogo. Com uma pressão alta e com um jogador sempre encostado a Gustavo Assunção, não o deixando construir jogo, os gilistas eram a equipa mais perigosa. Por outro lado, condicionou a ação de Gil Dias, o lateral que dá muita profundidade à equipa.

Leauty foi o rosto do desperdício, várias foram as oportunidades que não conseguiu concretizar. Na mais flagrante, isolado, viu Luiz Júnior fazer a mancha e impedir o golo. João Pedro Sousa não gostava do que via e tentou baixar Joaquín Pereyra para fazer a posição de Assunção e confundir os barcelenses.

Foi o melhor período do Famalicão, conseguindo furar a muralha defensiva dos galos e criar perigo junto da baliza de Denis. Aqui, os locais tentaram o jogo em profundidade, baralhando as contas dos galos. E foi dos pés de Joaquín Pereyra que saiu a melhor oportunidade famalicense, com um remate a rasar o poste, quando o guardião gilista estava já batido.

Na resposta, surgiu o golo do Gil Vicente. Lourency, numa sucessão de dribles, deixou três para trás, entrou na área e cruzou atrasado para o remate de Leauty. Dani Morer com um corte, ainda impediu o golo, mas, na recarga, Claude Gonçalves atirou para o fundo faz redes.

Mudanças ao intervalo

Após o descanso, Jhonata Robert surgiu no lugar do apagado João Neto, recuando Iván Jaime para o miolo, mas estando bem perto de Del Campo. Com isto, a equipa de João Pedro Sousa obrigou o Gil Vicente a juntar mais as linhas e, consequentemente, a baixar no terreno. O técnico famalicense ainda procura a fórmula para colocar o Famalicão no patamar da época passada.

No entanto, não conseguiu impedir que os barcelenses continuassem a roubar muitas bolas e a sair em rápidos contra-ataques, continuando a colocar em sentido a defesa adversária. Os gilistas continuavam com maior capacidade de combate no meio campo e, por isso, a controlar o jogo.

A dança no banco dos suplentes continuava e, à medida que o tempo passava, os de Famalicão tentavam tudo para chegar ao golo. E estiveram perto de o conseguir. Na estreia nesta temporada, Anderson surgiu solto na área pela direita e rematou cruzado ao poste. Na recarga, o também recém-entrado Herrera voltou a acertar no ferro. Foi o canto do cisne da formação famalicense, mas o triunfo era barcelense. O primeiro fora de portas na temporada.