Por: Raul Caires

Um Sporting sem ideias voltou a empatar esta sexta-feira, desta vez em casa do Nacional da Madeira (0-0), em jogo a contar para a 9.ª jornada da I Liga de futebol. A equipa da casa, fiel à sua estratégia de bloqueio, até podia ter vencido a partida, sobretudo pelo que fez no último quarto de hora da partida que ainda teve seis minutos em descontos.

Os leões entraram decididos a marcar a cedo e quase o conseguiram aos sete minutos quando Rui Correia cometeu falta para penálti sobre Coates na sequência de um pontapé de canto. Só que William Carvalho, chamado a converter, atirou fraco e denunciado, permitindo a Rui Silva ficar muito bem na fotografia.

Nacional-Sporting, 0-0 (destaques)

O lance não gerou desânimo entre os leões, pois nos minutos seguintes continuaram a ser mais perigosos, mas dos sete cantos conquistados no primeiro quarto de hora, pouco ou nenhum perigo resultou para a baliza da casa.

A equipa de Manuel Machado também não se amedrontou e continuou a ceder a iniciativa ao Sporting, que voltou a estar perto de inaugurar o marcador aos 21 minutos, valendo mais uma vez o guarda-redes do Nacional, que se esticou até ao limite para desviar para canto uma bola rematada por Gelson, que seguia cruzada e bem colocada.

Próximo da meia hora, o Nacional decidiu arriscar mais um pouco na frente e logo na primeira grande investida, Coates foi amarelado, após derrubar Salvador Agra sobre a direita, ainda a uns bons 30 metros da baliza leonina. Na marcação do livre, Agra tentou a sorte desde muito longe, tendo obrigado Rui Patrício a demonstrar que estava ao nível de Rui Silva em termos de elasticidade. Do canto nada resultou.

A partida já havia entrado numa fase de maior abertura, com ambas as equipas a explanarem melhor a suas fases de construção de jogo, com o Sporting revelar-se um pouco mais esclarecido e a estar mais perto de inaugurar o marcador. Aos 28’, Bryan Ruiz fugiu a Victor Garcia e cruzou rasteiro para a Bas Dost, mas o holandês desviou sem conseguir acertar na baliza do Nacional.

O lance colocou o Nacional em sentido, já que foi notório novo recuo táctico da equipa da casa e total cedência da iniciativa ao Sporting, mas sempre a pressionar a posse de bola dos leões longe da baliza de Rui Silva. O ritmo de jogo caiu até ao intervalo, apesar de Jorge Jesus ter exigido aos seus jogadores mais intensidade, sobretudo a Markovic e Gelson, que em vários lances revelaram pouca sintonia.

No regresso dos balneários, e com a manutenção do mesmo estado de coisas, o técnico leonino foi o primeiro a dar indicações de que ia mexer na equipa. Manuel Machado esperou, e também fez o mesmo. Aos 15, Jorge Jesus trocou Markovic por Alan Ruiz, tendo Tiago Rodrigues cedido o lugar a Ricardo Gomes.

As alterações beneficiaram o Nacional, já que o Sporting continuou sem conseguir furar a teia defensiva madeirense, e porque foi a equipa da casa a protagonizar a primeira grande situação de golo da segunda parte. Ricardo Gomes “partiu os rins” de Coates e rematou forte desde ângulo muito reduzido. Valeu que Patrício é mesmo elástico e também o ferro, onde o esférico foi caprichosamente embater...

Logo depois Bryan Ruiz saiu para a entrada de Joel Campbell. Jorge Jesus optava por dar mais intensidade à sua equipa, sem dar o tudo por tudo. Mas a sua equipa  continuou a revelar-se incapaz de construir lances de perigo junto da área de Rui Silva. Fica ainda assim para a história de jogo um lance polémico, ao minuto 74, com Bruno César a cair na área em lance com Salvador Agra. Parecia haver de facto motivo para a marcação de nova grande penalidade.

O Sporting foi-se queixando de algum anti-jogo por parte do Nacional, mas a equipa madeirense manteve-se fiel à aposta no contragolpe, que em três ocasiões por pouco não deu os frutos desejados. Já que Ricardo Gomes, Hamzaoui e Tiago Rodrigues não conseguiram melhor do que assustar Rui Patrício.

O empate imperou até ao final da partida, e quando o apito para o desfecho chegou, o Nacional estava a atacar...