Júlio César garantiu que a rescisão do contrato com o Benfica não significa o adeus ao futebol enquanto jogador. O guarda-redes brasileiro disse ainda que não foi fácil tomar esta decisão.

«Foi difícil porque estou a correr um risco. Hoje não tenho nada: não tenho clube. Para que eu chegasse a este ponto de decisão foi muito difícil. Caso apareça alguma coisa vou estudar bem as possibilidades. Caso não apareça, será um momento importante para pensar em pendurar as luvas», disse em entrevista à BTV.

O guarda-redes brasileiro justificou as razões por detrás de uma rescisão contratual fora dos timings considerados normais e admitiu que já não se sentia tão útil como noutros tempos. «Respeito muito tudo aquilo que vem acontecendo, mas sempre procurei ajudar de alguma maneira dentro e fora do campo: dentro do balneário e nos treinos. Mas chegou uma altura em que vi que já não estava a ajudar: falei que para prejudicar acho melhor parar. Já não ia muito motivado para os treinos», assumiu.

Júlio César diz que vai procurar dar seguimento à carreira onde possa terminá-la a jogar, algo que já não estava a acontecer no clube da Luz. «É um pouco de vaidade pessoal também pela carreira de 21 anos que eu tive: queria acabar a minha carreira a jogar. Estava a ter pouco espaço e amigavelmente chegámos a um acordo. O presidente foi sensacional comigo. Entro pela porta da frente e saio pela porta da frente com a cabeça erguida e oito títulos. Só vou levar do Benfica grandes recordações e grandes alegrias. Conquistar oito títulos é um feito bacana.»

«Já não estava a render nos treinos o que sentia que podia render. Eu e o Rui Vitória tivemos uma conversa muito amigável, muito transparente. Saio pela porta da frente e muito grato por aquilo que o Benfica me proporcionou nos três anos e meio: podem ter a certeza de que ganhou um novo torcedor», completou.

No adeus ao Benfica, Júlio César não esqueceu os guarda-redes com quem trabalhou nesta época. «O Paulo venceu-me: brincamos em relação à nossa idade, mas ele é um profissional top. O Svillar chegou agora, já mostrou a sua capacidade e o seu talento. É um miúdo que tem um futuro brilhante pela frente. Admiro o Varela pela sua dedicação, humildade e superação. Depois do que aconteceu com o Boavista, ele voltou bem e a querer mostrar as suas capacidades.»