Com praticamente tudo definido no campeonato, Marítimo e Académica lutam agora pela melhor classificação na Liga, que, neste caso, apenas pode passar pelo sexto lugar. Sem pressão nas equipas, esperava-se um jogo mais aguerrido, mas a Académica, que até foi a primeira equipa a criar perigo (vendo o auxiliar de Jorge Ferreira anular-lhe um golo por fora de jogo a Rafael Lopes), eclipsou-se e, na primeira parte, quase só deu Marítimo - que acabou por garantir a vitória por 3-1.

Os verde-rubros não acusaram o toque do golo anulado e partiram para cima do adversário, tentando dominar o jogo e empurrar os «estudantes» para junto da sua defensiva. Como que atordoados, os pupilos e Sérgio Conceição denotavam grandes dificuldades defensivas, acabando por trazer ainda mais confiança aos leões do Almirante Reis.

Marakis deu o primeiro aviso à navegação à passagem do minuto 11, mas o remate forte acabou por sair por cima. Volvido somente um minuto, foi a vez de Derley fugir pela ala esquerda e solicitar Danilo Dias no poste mais distante, com Ricardo a negar o golo ao brasileiro com a perna direita.

Cheirava a golo iminente nos Barreiros e tal veio a acontecer aos 15 minutos. Depois de uma jogada em que a Académica não conseguiu afastar o esférico para longe da sua área, Rúben Ferreira acabou por isolar Derley quando tentava fazer o remate. O brasileiro não costuma perdoar e tornou a não fazê-lo atirando a contar - inaugurou o marcador e fazendo o seu 15º golo neste campeonato.

O Marítimo estava claramente por cima na partida e com uma periclitante defesa academista prometia não deixar os números por ali. Marakis, pleno de raça, roubou a bola ainda no seu meio-campo e arrancou pelo terreno, solicitando Sami na esquerda para o cruzamento para o interior da área, onde o mesmo Marakis viria a surgir a finalizar  de cabeça  a jogada iniciada por si, fazendo o segundo da contenda.

A Académica não se encontrava e só Salvador Agra conseguia levar algum perigo junto da baliza do Marítimo, tentando usar a sua velocidade para conseguir chegar junto da baliza adversária. No entanto, nem Makelele, aos 23 minutos, nem Nuno Piloto, aos 26, conseguiram dar a melhor sequência às ocasiões criadas pelo seu companheiro, gorando-se assim a hipótese de chegar ao golo.

Até final da primeira parte, ainda surgiram duas oportunidades para cada lado, mas nem Bauer para o Marítimo, nem Djavan para a Académica, conseguiram levar a melhor sobre os guarda-redes contrários.

Com a chegada do segundo tempo, Sérgio Conceição mexeu na equipa, fazendo entrar Marinho e Cleyton para os lugares dos apagados Diogo Valente e Fernando Alexandre e a Briosa transfigurou-se.

A exemplo do que sucedera na primeira metade, os estudantes tornaram a ver Jorge Ferreira anular um golo, logo nos instantes iniciais da etapa complementar, a Rafael Lopes por pretenso fora de jogo, mas desta feita a equipa não se deixou a abalar e continuou a porfiar na busca de um golo, vendo o seu esforço recompensado à passagem do minuto 54, numa jogada conduzida por Salvador Agra (quem mais?) pela ala esquerda que Salin ainda negou num primeiro remate, mas na recarga o extremo não perdoou e reduziu o marcador.

A Académica foi sempre mais perigosa no segundo tempo e Salin ainda negou por duas vezes de forma espetacular o golo a Rafael Lopes. Já o Marítimo tentava jogar no erro do adversário, mas acabou por não conseguir criar verdadeiro perigo junto das redes de Ricardo.

Os estudantes queriam mais e ainda viram o Marítimo ficar reduzido a dez unidades por expulsão de João Luiz, numa altura em que Sérgio Conceição também já não estava no banco por ordem de expulsão de Jorge Ferreira. No entanto, nesta altura, já se jogava mais com o coração do que com a cabeça. A Académica acabou por já não ser capaz de, pelo menos, conseguir arrancar o empate no reduto do Marítimo, vendo mesmo os insulares chegarem ao terceiro tento, já mesmo ao cair do pano, por intermédio de Fransérgio.