Assim que soou o apito final, o Tondela festejou no relvado o pontinho conquistado no Bessa, diante de um adversário que havia vencido em casa nas últimas cinco jornadas.

Justificadamente. Depois de duas épocas de agonia até ao final, os beirões podem a sete jornadas ter uma dúvida legítima depois desta noite no Porto: valeu esta Sexta-feira Santa a bênção da manutenção?

A almofada de sete pontos para a linha de água com seis jornadas por disputar assim o fazem prever.

A cristã repartição de pontos desta noite não indicia porém que o Boavista-Tondela tenha estado imbuído do espírito pascal. Longe disso. Houve luta, muita garra em campo e vontade de vencer. Faltou o resto. Eficiência, sobretudo. Aos boavisteiros, em particular, que dominaram mais largos períodos de jogo estiveram mais perto de vencer. O domínio axadrezado na segunda parte, depois de um primeiro tempo com algum ascendente beirão, deixou as panteras bem mais perto do triunfo.

Boavista-Tondela, 1-1: ficha e jogo ao minuto

O Bessa é uma fortaleza para os meninos de Simão, o Jorge, mesmo que esta noite a equipa se tenha ressentido um pouco da ausência de outro Simão, o David, lesionado. Notou-se a falta do esclarecimento do estratega no miolo, sobrou a força de Idris, a controlar o meio-campo sem necessidade do apagado Gilson, e os raides pelos flancos de Mateus e Renato Santos.

O internacional angolano até abriu as hostilidades com um tiro ao poste à meia-hora de jogo. No ataque seguinte, o Boavista inaugurou o marcador: passe notável desde a defesa de Raphael Rossi, um dos melhores em campo (ver destaques), a isolar Fábio Espinho, que na área tocou para Leonardo Ruiz a dois tempos inaugurar o marcador.

Boavista-Tondela, 1-1: destaques do jogo

Num Tondela sem Pedro Nuno, de fora do onze por opção de Pepa, sobrava o tridente da frente para causar estragos: Tyler Boyd esteve sempre ligado à corrente, Miguel Cardoso e Tomané, por sua vez, construíram o golo do empate, num canto, ainda antes do intervalo. No regresso dos balneários, aos 49’, a cena quase se repetiu: novo canto de Miguel Cardoso, novo cabeceamento para o golo de Tomané. Entre um momento e outro há um desvio de Jorge Fernandes, que leva Bruno Esteves (com posterior auxílio do VAR) a anular um lance de difícil análise.

O Tondela criava perigo sobretudo de bola parada, enquanto o Boavista dominava o meio-campo, era melhor na ocupação dos espaços e aparecia bem mais efetivo no último terço. Mais perigosa se tornou a equipa de Jorge Simão quando o técnico arriscou tirar Gilson para fazer entrar em campo Rochinha, que aos 72’ e aos 80’ teve um par de boas ocasiões. Ainda assim, Tomané, em cima dos 90’, quase voltaria a fazer das suas, com um remate à entrada da área a rasar o poste, deixando Vagner pregado ao relvado.

Seria castigo demasiado injusto para o Boavista, que voltou a não vencer em casa cinco jornadas depois e agora está a seis pontos do «lugar europeu» do Rio Ave.