As batalhas são para levar até ao fim. Ninguém se rende na busca por uma conquista, e esse espírito de resiliência foi explanado no Estádio João Cardoso, onde Tondela e Rio Ave dividiram pontos após o empate 1-1.

O resultado não é ideal para nenhuma das equipas, que, ainda assim, somam mais um ponto na luta pela permanência, no caso do Tondela, e pelo apuramento europeu para o Rio Ave que, fruto do triunfo do P. Ferreira, sai dos lugares europeus nesta ronda.

Apesar de estar a viver um momento de grande fulgor, os jogadores Tondela tinham sido alertados por Petit que ainda não está nada ganho. E a entrada dos tondelenses na partida deixaram claro que a mensagem tinha passado.

Mais concentrados, os auri-verdes pressionavam logo à saída da área do adversário, tendo surpreendido a equipa de Pedro Martins, que teve dificuldades em ultrapassar a teia montada por Petit numa zona muito adiantada.

70 minutos a jogar com dez? Que seja!

A boa entrada dos tondelenses teve um grande revés logo aos 18 minutos. Num lance disputado no meio campo defensivo do Rio Ave, Bruno Monteiro teve uma entrada imprudente sobre Wakaso, com o árbitro da partida a entender que se justificava a expulsão do médio auri-verde. O lance não é claro, mas parece algo exagerado o cartão vermelho direto.

Porém, o cenário era claro para o Tondela: para poder continuar a sonhar com a permanência, tinha de fazer pela vida, mesmo com mais esta contrariedade.

E a verdade é que há muito que este Tondela deixou de se assustar com cenários claramente adversos. Fê-lo durante quase toda a temporada e, quando muitos já não acreditavam, aí estão os beirões na luta.

Assim, mesmo em desvantagem, foram os auri-verdes a querer mais do jogo e a ir em busca de um final feliz.

Pedro Martins tentou explorar a superioridade numérica e, à passagem da meia hora tirou um elemento do meio campo, Pedro Moreira, apostando em Postiga a fazer dupla de avançados com Guedes.

Mas nem essa mudança abanou a letargia com que os vila condenses se apreentaram nos primeiros 45 minutos, e continuou a ser o Tondela a criar mais perigo.

Por tudo o que se assistia no Estádio João Cardoso, só quem estivesse de fora pode ter estranhado que tenha sido a equipa da casa a chegar à vantagem. Moreno trabalhou bem no interior da área, junto à linha final, cruzando para a entrada da baliza onde Wagner surgiu a pressionar Lionn, empurrando para o fundo da baliza.

Rio Ave de cara lavada

Após 45 minutos paupérrimos, não era difícil à equipa de Pedro Martins entrar melhor na partida. E precisava este Rio Ave que ainda luta pelo apuramento europeu, algo difícil de acreditar para quem viu a primeira parte desta partida.

Na etapa complementar, Postiga começou a mexer com o jogo. Primeiro numa joaga de envolvimento com Kuca, que deixou Guedes à beira de marcar e, logo em seguida, mostrando ele o caminho do golo.

Aos 52 minutos, Tarantini levantou uma bola para a área Guedes ganhou no meio dos centrais, amortecendo, de cabeça, para a entrada fulgurante de Postiga a fazer o empate.

O golo ajudou a galvanizar a formação nortenha, e o Tondela passou um mau bocado nos minutos que se seguiram. Só que, com o tempo, as tropas tondelenses foram reagrupando e o contra-ataque começou a sair mais amiúde e com maior perigo.

Com ambos os guarda-redes a brilharem, os últimos minutos foram bastante animados, aí sim, com as duas equipas e procurar, alternadamente, chegar à vitória.

No final, as tentativas de ambas as equipas não tiveram efeito, e o empate arrastou-se até ao final, penalizando mais o Rio Ave que, apesar de ter voltado a marcar ao fim de dois jogos sem o conseguir, viu o P. Ferreira a ganhar vantagem na luta pelo apuramento para a Liga Europa.

Ao Tondela, o resultado é atenuado pelas circunstâncias, mas continua em último a equipa de Petit.