Um Santa Clara tremendamente eficaz bateu este domingo o Nacional da Madeira por 3-0, em jogo da 6.ª jornada da I Liga. Os madeirenses voltaram a dar-se mal com os ares da Choupana, onde só conhecem o sabor da derrota, enquanto os açorianos somaram a primeira vitória fora de portas.

A história do jogo e do resultado resume-se aos muitos erros cometidos pela equipa de Costinha, e ao superior aproveitamento que os homens de João Henriques fizeram dos mesmos em momento capitais do jogo.  

O Nacional foi a jogo com uma única alteração face ao nulo averbado em Santa Maria da Feira, na ronda de há uma semana: o jovem Lucas França foi chamado a ocupar o lugar de Daniel Guimarães, que se lesionou no adutor da coxa direita, ao que tudo indica durante o treino de sábado.

Já o técnico do Santa Clara desenhou um onze com muitas alterações relativamente ao que levou a jogo na última ronda, na qual perdeu por 3-1 na receção ao Rio Ave. O 4x4x2 desse jogo foi posto de parte em prol de um 4x3x3: Mamadu e César renderam Lucas (castigado) e Accioly (lesionado) na defesa, enquanto Chrien entrou num 'miolo' que manteve Carvalho Santos e Rashid. A frente de ataque foi entregue a Stephens, Fernando e Pineda, ficando de fora Pavan Lamas e Zé Manuel.

O RESUMO DA PARTIDA.

A profunda alteração tática nos açorianos deu frutos logo no início do jogo, embora com uma ajudinha do Nacional. Aos quatro minutos, Lucas França optou por direcionar um passe atrasado para a zona frontal da sua grande área, onde Alhassan, pressionado, acaba por dominar mal o esférico deixando-o fugir para Fernando. Lesto, o avançado encarnado aproveitou a oferta para finalizar à entrada da área.

Os alvi-negros demoraram pouco tempo a reagir, mas também graças a novo erro defensivo. Cardoso tinha o esférico controlado, no seu meio campo, e ao tentar atrasar para o seu guarda-redes, fá-lo sem força, deixando a bola à mercê de Rochez. O avançado hondurenho do Nacional tinha tudo para fazer o golo, mas ao tentar contornar o guardião açoriano, já na grande área, permite a recuperação de central César, vindo a pressão deste a revelar fulcral para que o remate acabasse por sair ao lado.

Arranque de jogo com muita emoção, é certo, mas marcado por erros infantis. Neste capítulo, a equipa madeirense veio a revelar-se mais persistente ao longo do primeiro tempo. E os açorianos só não aproveitaram porque decidiram baixar as linhas, deixando a linha da frente sem grande apoio para tirar melhor aproveitamento das ofertas nacionalistas.

FILME E FICHA DE JOGO.

Aos 25’, Costinha viu-se obrigado a mexer, e o técnico alvi-negro não teve dúvidas em trocar em Alhassan por Palocevic. O médio nigeriano não estava a conseguir sacudir a má imagem que deixou no erro cometido na lance que deu o golo ao Santa Clara, pelo que o ‘Ministro’ optou pelo colega sérvio para tranquilizar e equilibrar o meio campo da casa. 

Até o intervalo, o perigo rondou mais vezes a área de Marco. O Nacional melhorou em todos os seus processos e passou a chegar  mais vezes ao último reduto açoriano, mas os visitantes, bem organizados defensivamente, souberam sempre dar a resposta adequada às investidas madeirenses.

Mesmo assim, o Nacional não se livrou de mais um susto, derivado de novo erro defensivo, já perto dos 45’. Valeu atenção de Lucas França, que foi lesto a sair de entre os postes ante a ameaça de Fernando, que surgia isolado.

O regresso das cabines trouxe as mesmas equipas e um Nacional disposto a mudar o rumo do jogo. Mas o Santa Clara precisou apenas de dez minutos para se adaptar e voltar a gerir o jogo da maneira que mais lhe convinha e partir, depois, para a goleada.

Aos 67’, já depois de ambos os técnicos terem efetuado alterações nos respetivos onzes, que visaram sobretudo refrescar, Rashid aumentou a vantagem para 2-0, através da marcação de um pontapé de canto direto, no qual Lucas França ficou muito mal na fotografia.

O golo, embora nascido de mais um erro, consubstanciava o ascendente do Santa Clara no jogo. Ao mesmo tempo, agravou a intranquilidade no seio da formação madeirense, que voltou a falhar passes e perder bolas em excesso.

Aos 75’, Fernando surgiu mais uma vez isolado e não fez o 3-0 por muito pouco, embora o guarda-redes do Nacional tivesse respondido com uma mancha à altura do desafio. Mas no minuto seguinte, em nova transição rápida nascida da apatia nacionalista, Stephens faz tudo bem e serve para Pineda concluir de cabeça ao segundo poste.

Ainda faltava perto de um quarto de hora para jogar, contando com descontos, mas o jogo acabou naquele lance, que foi muito festejado pelos açorianos, e com toda a propriedade.