Chuva, frio, nevoeiro… muito nevoeiro mesmo.

Se já seria criticável em abstrato haver um jogo da principal competição profissional ter sido marcado para as 17 horas de um dia de semana, o facto de este em particular ter sido disputado sob um intenso sob brumas ganha contornos quase surreais.

Na bancada central, a única com público nos Arcos, o público reclamou diversas ocasiões por não conseguir ver o jogo. E se era assim a escassos metros do relvado, o panorama era ainda mais indecifrável para quem seguia pela televisão.

No estádio, durante largos períodos, tornou-se praticamente impossível descortinar a bola ou vislumbrar as ações de determinado jogador.

Perante tal cenário, o jogo começou, prosseguiu e findou sem que em algum momento houvesse a indicação para o interromper.

Assim sendo, pergunta-se: que espetáculo é este, Liga Portugal?

Rio Ave-Moreirense, 1-1: ficha e filme do jogo

Mas vamos em concreto ao jogo de uma tarde de inverno com que (re)arrancou a jornada 9 da Liga. Salva-se, ainda assim, tanto quanto se pôde ver, algum futebol interessante.

Não uma torrente, que fizesse transbordar o domínio rioavista, claramente por cima, mas algumas gotas de talento e muitas mais suor, que na primeira parte, e com mais do dobro da posse de bola não teve qualquer efeito prático para os vila-condenses, que se apresentaram em 4-2-3-1 e com o goleador Mehdi Taremi no banco.

Do lado contrário, o Moreirense, em 4-4-2 foi bem mais eficaz e teve em Luther Singh uma seta apontada à baliza contrária, a partir do flanco direito do ataque.

O extremo sul-africano ameaçou aos 25m e levou cinco minutos a cumprir a promessa, num lance em que sentou dois adversários e disparou fortíssimo de pé esquerdo.

Rio Ave-Moreirense, 1-1: destaques do jogo

Com a equipa em desvantagem, Carlos Carvalhal mexeu para a segunda parte: lançou Jambor e, claro, Taremi, poupado no início devido a uma entorse no tornozelo, e fez o ex-sportinguista Carlos Mané recuar para fazer todo o flanco direito.

Não demoraria muito o Rio Ave a empatar. Por Taremi, claro está. Que aproveitou um cruzamento rasteiro de Mané para desviar na pequena área para o 1-1.

Daí em diante, o Rio Ave havia de carregar à medida que o Moreirense de Vítor Campelos se encolhia ainda mais, contra-atacando só pela certa. Resultou a estratégia defensiva dos minhotos, também por mérito das intervenções do guarda-redes Mateus Pasinato.

O empate soa a castigo para a equipa de Carvalhal, que soma a terceira jornada sem vencer (dois empates e uma derrota), enquanto a de Campelos leva cinco (dois empates e três derrotas).

Para o Rio Ave, que já no sábado defronta o Benfica na Luz, a contestação ao intervalo deu lugar a aplausos no fim. Entre as brumas, houve algum bom futebol. Pelo menos, para quem viu.