FIGURA: Carlos Mané
As lesões já lá vão. Explosivo, agitador por convicção, afronta os laterais e adora o um para um. Está solto, rápido, a viver um ciclo extremamente positivo em Vila do Conde. Ofereceu remates, provocou desequilíbrios, rematou e saiu como o melhor em campo. Nota altíssima para um jogador que merece ter sorte depois de tanto azar com os problemas físicos.

MOMENTO: dois penáltis revertidos por indicação do VAR
O VAR Tiago Martins chamou o árbitro Iancu Vasilica depois da marcação de dois penáltis, um para cada lado. E fez bem. Ferraresi simulou a queda no suposto contacto com Kieszek e Fábio Pacheco foi traído por um ressalto na perna antes de dar mão. Dois bons exemplos daquilo que deve ser o trabalho do VAR. Vasilica foi ver as imagens e voltou, bem, atrás.

MENÇÃO HONROSA: Lucas Piazón
Pode um homem que faz dois golos – os únicos do jogo – não ser o melhor em campo? Pode, quando Carlos Mané joga o que jogou. Mas Piazón fez também por merecer a distinção. Outrora uma promessa encantadora, Lucas vive em Vila do Conde uma segunda vida. Foi pai, sabe que a ligação de uma década ao Chelsea vai acabar e sente-se mais livre. Pelo menos é o que aparenta. A execução no remate do primeiro golo é fantástica, de primeira e com o pé esquerdo. Tem um estilo peculiar, aparenta não vibrar com o jogo, mas quando a bola lhe chega consegue ser decisivo e entusiasmante. Bateu com frieza e concentração o penálti do 2-0.

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OUTROS DESTAQUES


Diego Lopes
A jogada do 1-0 revela tudo o que pode dar ao Rio Ave. A movimentação a fugir do meio para a esquerda, a receção perfeita, a cabeça levantada e o passe açucarado a pedir o pontapé de Lucas Piazón. Não está ainda com a frescura que mostrou na época passada, pode soltar-se e dar mais ao jogo. Seja como for, exibição positiva.

Felipe Pires
Escrevemo-lo na passada semana e insistimos: com espaço para as transições, o avançado ex-Hoffenheim pode ser um dos avançados mais perigosos do campeonato. É aí que se sente bem, com a bola colada ao pé e em progressão. Se o jogo pede algo diferente, sim, baixa de nível. Foi nele que nasceu a reação do Moreirense depois de sofrer o golo de Lucas Piazón. Aos 56 minutos obrigou Kieszek a fazer a defesa da noite.

Kieszek
Sim, é isso. Está aqui porque a defesa feita aos 56 minutos, a remate de Felipe Pires, foi extraordinária. Muito seguro, sempre, e salvo pelo VAR no penálti inicialmente assinalado pelo árbitro.

Afonso Figueiredo
É 20 centímetros mais baixo do que Bruno Moreira e foi capaz de lhe ganhar no ar aos 54 minutos. A ação defensiva foi determinante e evitou o que seria, certamente, o 2-0 do Rio Ave. De resto, esteve muito seguro, a entregar com simplicidade e sempre sem complicar. O treinador Ricardo Soares elogiou-o no passado domingo e o lateral esquerdo, que esteve três meses sem competir, fez por justificar as palavras.

André Pereira
O avançado cedido pelo FC Porto ao Rio Ave entrou bem e aproveitou os 17 minutos - mais descontos - em campo. Participou na jogada do penálti para o 2-0 e ainda fez um pontapé perigoso à meia volta.