O Sporting regressou ao topo da classificação da Liga, pelo menos até este domingo, com o triunfo mais compensador da temporada. É que a três jornadas do final do campeonato, os leões garantiram este sábado, pelo menos, o segundo lugar na classificação e a consequente entrada direta na fase de grupos da Liga dos Campeões que à partida, pode traduzir-se por uma receita aproximada de 12 milhões de euros. Fica, assim, garantido um dos objetivos da temporada e a verdade é que o mais apetecido, o título obviamente, também continua em cima da mesa. Aconteça o que acontecer, Jorge Jesus, com a 24ª vitória na Liga, já igualou o melhor registo de sempre dos leões e fica apenas a um golo dos cem na presente temporada em todas as competições.

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Jorge Jesus voltou a mexer na ala esquerda e esta voltou a corresponder. Desta vez prescindiu de Bryan Ruiz, subindo Bruno César e deixando a defesa do flanco a Zeegelaar. E a verdade é que o lateral holandês esteve em destaque e fez duas assistências para os dois golos dos leões. Uma estratégia que passou pela apresentação de um onze bem estendido no relvado, com forte recurso aos flancos, obrigando o União também a esticar a sua equipa para acorrer a todas as aberturas e, desta forma, a perder consistência. Norton de Matos tinha reforçado o miolo do terreno, colocando o central Tiago Ferreira entre Tiquinho Soares e Breitner, mas o jogo aberto dos leões obrigou o meio-campo a desfragmentar-se no auxílio às laterais.

Passou muito por aí esta tarde descansada dos leões, que desde cedo assumiram as rédeas do jogo para, com muita tranquilidade, encher todo o campo e procurar o golo com paciência, fazendo a bola rolar de pé para pé, de um flanco ao outro, à procura de uma falha da defesa madeirense. Não foi preciso esperar muito pelo primeiro golo. Apenas sete minutos, com Zeegelaar, com espaço sobre a esquerda, a cruzar para o segundo poste onde surgiu Téo Gutiérrez a encostar de cabeça, num lance que Gudiño parece mal batido. Muito simples, como aliás estava a ser o jogo do Sporting. Sem pressa, com toda a gente envolvida no jogo, e, como já dissemos, com Schelotto e Zeegelaar a oferecerem profundidade ao ataque da equipa.

Um golo que trouxe ainda mais tranquilidade a um Estádio de Alvalade em festa (44.719 adeptos nas bancadas), mas o União podia ter empatado logo a seguir, numa das poucas vezes que chegou à área leonina com a bola controlada. Grande trabalho de Danilo Dias que, depois de tirar Coates da frente, atirou cruzado, obrigado Rui Patrício a voar para a defesa da tarde. Mas era o leão que mandava no jogo e, doze minutos depois do primeiro golo, chegou o segundo. Desta vez começou a ser construído na direita, com uma boa combinação ente Schelotto e João Mário, mas ninguém chegou à bola na zona de finalização. Zeegelaar recuperou do lado contrário e voltou a cruzar, com peso e medida, para João Mário encostar. Jorge Jesus já tinha ganho a aposta.

Estava feito o segundo e, nesta altura, adivinhava-se uma goleada, não só pela forma como Sporting controlava o jogo, mas sobretudo pela falta de reação do União, que, mesmo a perder, pareceu sempre mais interessado em defender a sua baliza do que atacar a de Patrício. Até ao intervalo, o União só voltou a incomodar num livre de Breitner, mas o Sporting teve mais ocasiões para voltar a marcar, com destaque para o último lance antes do intervalo. Arrancada impressionante de Coates junto ao círculo central, com o uruguaio a levar tudo à frente até à linha de fundo de onde arrancou um cruzamento tenso a que Téo não chegou por muito pouco. Belo pormenor do central que, segundo Bruno de Carvalho, veio para ficar.

Sem mais golos, mas com nota artística

Jorge Jesus ainda esperou alguns minutos no início da segunda parte para ver se mantinha-se o mesmo contexto antes de começar a gerir, trocando João Mário por Bryan Ruiz, numa primeira fase, e depois Bruno César por Gelson Martins. Diante de um União que raramente passava a linha do meio-campo, o Sporting continuou a rondar a área de Gudiño à procura do terceiro que seria também o 100º da temporada [em todas as competições]. Slimani desperdiçou uma oportunidade e Téo Gutiérrez outra. Depois Bryan Ruiz arrancou aplausos com um pontapé de bicicleta e Adrien acertou com estrondo no poste com um remate do meio da rua. O golo não chegava, mas a equipa dava espetáculo.

O Sporting encantava as bancadas e procurava oferecer um golo a Slimani que chegou a revoltar-se com ele próprio, antes de ser substituído por Hernan Barcos, depois de ter desperdiçado mais uma oportunidade flagrante, desta vez com um remate na pequena área por cima da trave.

Com dois golos madrugadores, os leões arrancaram uma vitória tranquila diante do adversário que lhe impôs a primeira de duas derrotas na liga antes da visita ao Dragão marcada para o próximo sábado.

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