O Feirense estreou-se nos triunfos caseiros, derrotando o Tondela num jogo em que a grande figura foi o grego Karamanos, autor dos dois golos dos fogaceiros. Com uma primeira parte pobre, o Tondela reagiu bem à desvantagem nos segundos 45 minutos, mas viu a equipa da casa sentenciar a partida num momento em que estava por cima.

A equipa de Petit continua sem ganhar no campeonato, somando apenas um ponto, cumpridas quatro jornadas, e recebe o FC Porto na próxima ronda. 

Antes da partida, ambos os treinadores elogiaram a pausa para os jogos das seleções, que permitiram a José Mota e a Petit melhorarem as rotinas de dois plantéis que sofreram muitas alterações para enfrentar a presente época.

Da parte dos tondelenses, as duas semanas de interrupção da competição foram aproveitadas para mudar. E muito. Petit fez uma verdadeira revolução na equipa que tinha perdido com o Belenenses, alterando seis jogadores e até o esquema tático – de 4-3-3 para 4-4-2.

José Mota foi mais comedido nas mudanças e apenas trocou Etebo (indisponível) por Cris, fazendo também surgir Karamanos como unidade mais adiantada, em vez de Platiny.

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E o ponta de lança grego justificaria a aposta logo aos nove minutos, fazendo um golo no primeiro remate da partida, depois de responder de forma sublime a um cruzamento do lateral Barge numa subida pela ala direita.

O golo fez bem ao conjunto fogaceiro que logo depois podia ter aproveitado algum desnorte do adversário para chegar ao segundo golo. O cruzamento-remate de Vítor Bruno, porém, saiu ligeiramente ao lado do poste.

O Tondela demorou a recompor-se e só conseguiu esboçar uma reação nos últimos dez minutos da primeira parte, numa fase em que o jogo estava a ficar algo quezilento, mas em que o conjunto tondelense conseguiu incomodar Peçanha em alguns lances.

Apesar disso, o intervalo chegou com uma vantagem da equipa da casa, que se ajustava ao que tinha sido o jogo nos primeiros 45 minutos, fazendo valer a melhor entrada e eficácia demonstrada na finalização.

Tondela tenta mudar o guião... mas vive tragédia grega

Ao intervalo, Petit mexeu na equipa fazendo entrar Fernando Ferreira para o lugar de Lystcov. Mas mais do que a peça que alterou, o técnico auriverde fez a equipa voltar com uma atitude renovada e com vontade de alterar o rumo que a história do jogo parecia querer seguir.

Pica, logo aos três minutos da etapa complementar, subiu mais alto que toda a gente na área feirense, mas teve pontaria a mais e o seu cabeceamento embateu no poste da baliza de Peçanha.

Os capítulos seguintes voltariam a ter o ataque tondelense como protagonista, primeiro com Moreno a surgir isolado mas a atirar por cima, e depois com a equipa beirã a reclamar uma grande penalidade por suposta mão de Luís Rocha na área.

Só que quando era a turma de Petit que dominava as operações no palco de jogo, Karamanos voltaria a mostrar a razão de ter ganhado o lugar a Platiny, marcando pela segunda vez na partida, com um vistoso chapéu a Cláudio Ramos.

Tinha contornos de tragédia grega o guião que Petit idealizara para a segunda metade do jogo, com Karamanos a assinar a obra que, apesar de ainda ter mais capítulos por escrever, ficava logo aí sentenciada.

Isto porque, quase na reposta, Mamadu reduziria a desvantagem tondelense, na marcação de um livre que enganou a defesa e o guardião feirenses. Com pouco mais de 20 minutos para jogar, o lateral esquerdo guineense animava a fase final do encontro.

Mas aí valeu sempre a maior tranquilidade da formação da casa, que conseguiu suster todas as tentativas do Tondela que, diga-se, apesar de muita vontade demonstrada, não voltou a incomodar verdadeiramente a baliza de Peçanha.

O Feirense acabaria por confirmar a conquista de três importantes pontos, passando a somar seis, mantendo-se longe dos últimos lugares.