Ponto a ponto, o Belenenses vai conseguindo somar pontos que lhe permitem ganhar vantagem sobre a zona de despromoção. Depois do empate arrancado ao Farense nos descontos a semana passada, a equipa de Petit conseguiu agora travar o Rio Ave com mais um nulo, Foi o quarto empate dos «azuis» nas últimas cinco jornadas, desta feita frente a um Rio Ave que vinha a crescer com duas vitórias consecutivas.

Cafú Phete, recuperado de covid-19, regressou ao eixo da defesa do Belenenses, enquanto Bruno Ramires, com o golo que marcou nos descontos frente ao Farense, também ganhou um lugar no onze de Petit. Um onze que entrou em campo com linhas bem subidas, procurando, desde logo, condicionar a saída de bola do Rio Ave. Uma opção ousada, não só pelo enorme desgaste físico que implicava, mas também pela forma como a equipa deixava as costas demasiado expostas.

A verdade é que resultou e a equipa de Vila do Conde, desta vez com André Pereira no lugar de Bruno Moreira, sentia tremendas dificuldades para sair a jogar. Com tantos jogadores de azul pela frente, a formação de Mário Silva era muitas vezes obrigada a recorrer ao pontapé longo, devolvendo a iniciativa ao Belenenses que não se fazia rogado e voltava carregar.

Era, apesar de tudo, uma opção de risco elevado diante deste Rio Ave que também gosta de transições rápidas e, numa das poucas vezes que a equipa de Vila do Conde conseguiu sair da teia montada pelo Belenenses, o Rio Ave quase que chegou ao golo aos 10 minutos: Carlos Mané saiu disparado, correu meio campo, entrou na área de Kritsyuk e atirou colocado para defesa apertada do guarda-redes russo.

Mas a verdade é que o Belenenses, nesta altura, estava claramente por cima do jogo e Rúben Lima também esteve perto de abrir o marcador, com um potente remate de primeira ao lado. O Rio Ave, como já dissemos, demorou a entrar no jogo, mas foi crescendo ao longo do primeiro tempo, obrigando o Belenenses, com um jogo curto, a recuar para o seu meio-campo. Numa jogada de insistência de Carlos Mané, André Pereira encheu o pé, mas a bola foi à figura de Kritsyuk. O intervalo chegava já com o jogo equilibrado, com o Rio Ave a conseguir encaixar na ousadia do adversário.

Afonso Sousa atira à trave

A equipa de Vila do Conde procurou inverter o início do jogo e entrou para o segundo tempo determinada em jogar no meio campo do Belenenses, mas ia pagando caro por essa opção. O Belenenses fecha-se bem a defender e, quando tem espaço, pode ser letal no ataque. Numa transição rápida, o jovem Afonso Sousa [bela estreia na Liga] saiu disparado e só foi travado, mesmo à entrada da área, por Aderlan Santos. Fábio Veríssimo chegou a apontar para a marca de penálti mas, depois de rever as imagens, mudou o veredicto para um livre. Afonso Sousa assumiu a marcação da falta e atirou colocado à trave.

Um lance que ainda trouxe alguma animação ao jogo, com um Belenenses motivado à procura do golo e um Rio Ave a tentar responder, mas foi por pouco tempo, uma vez que o ritmo voltou a cair com as muitas substituições promovidas pelos dois treinadores.  Dez caras novas que não acrescentaram muito a um jogo que já estava em quebra, mas, já em tempo de compensação, o Rio Ave esteve muito perto de somar a terceira vitória consecutiva na Liga, com Gelson Dala, apenas com Kritsyuk pela frente, a atirar por cima da trave.

O Belenenses já não vence desde a primeira jornada, mas a verdade é que só não pontuou em duas. O Rio Ave, por seu lado, só perdeu uma vez, mas pontuou em seis, incluindo dois triunfos.