Com uma grande penalidade arrancada e convertida por Téo Gutiérrez no início da segunda parte, o Sporting conseguiu o essencial diante do Estoril e aumentou a vantagem sobre o FC Porto para cinco pontos, recuperando ainda os oito que já tinha sobre o Benfica, mas agora com mais um jogo que os dois adversários diretos. Um jogo muito complicado para a equipa de Jorge Jesus que sentiu tremendas dificuldades para ultrapassar o muro amarelo que Fabiano Soares construiu em Alvalade.
 
« A guerra não se ganha... ao ganhar uma batalha!». A tarja exibida pelas claques do Sporting no início da partida servia de mote para o jogo. Depois de ganhar no Estádio da Luz, os leões tinham de bater o Estoril para seguirem ainda mais destacados no topo.
 
Confira a FICHA DO JOGO e as notas dos jogadores
 
Jorge Jesus voltou a apostar, por isso, no seu melhor onze, fazendo apenas duas alterações forçadas, com os lesionados Aquilani e Naldo a cederem os respetivos lugares a Ewerton e Gelson Martins. Os leões, com um forte apoio das bancadas [segunda melhor casa da temporada, com 40.144 espectadores], procuraram, desde logo, assumir as rédeas do jogo, mas foi o Estoril o primeiro a mostrar-se em Alvalade. Uma arrancada de Gerso obrigou Patrício a sair de entre os postes e, logo a seguir, o mesmo Gerso cruza para um remate de Dieguinho ao lado. Em dois tempos, os canarinhos mostraram ao que vinham.
 
Com uma defesa compacta e bem subida no terreno, os canarinhos procuravam estrangular o jogo do Sporting e, numa segunda fase, procuravam surpreender os leões com a velocidade de Gerso, Bruno César e Dieguinho, sempre prontos para arrancar e acorrer a bolas longas. Os leões sentiam tremendas dificuldades para ultrapassar o muro amarelo com duas linhas bem definidas, com Afonso Taira e Babanco à frente dos centrais, a asfixiar o jogo curto dos leões. William Carvalho bem tentou abrir o jogo, com passes a rasgar para as laterais, mas depois João Pereira e Jefferson, sentiam dificuldades em encontrar a cabeça de Slimani.
 
Perante a muita cerimónia do Sporting junto à área do Estoril, os canarinhos respondiam de forma bem mais pragmática: bola na frente e corrida em direção à baliza de Patrício. Chaparro obrigou o guarda-redes do Sporting a voltar a aplicar-se, com uma cabeçada a curta distância, tal como Bruno César que obrigou o número um dos leões a nova estirada para intercetar um remate cruzado.
 
O Sporting só conseguiu impor-se nos últimos quinze minutos, com uma série de oportunidades que obrigaram o Estoril a recuar as suas linhas e a defender mais perto da baliza de Kieszeck. Gelson atirou em arco a rasar o poste e Slimani voltou a cabecear ao lado. A pressão era intensa, mas o Estoril foi salvo pelo intervalo, conseguindo regressar ao balneário com o marcador em branco.
 
 
Encontrada a fórmula, o ambicionado golo chegou

A verdade é que os leões já tinham encontrado formas de contornar o muro amarelo e conseguiram voltar para a segunda parte com a mesma dinâmica e ainda com mais acutilância, obrigando o Estoril a perder consistência e a cometer erros. Slimani ficou a pedir uma grande penalidade depois de um corte com a mão de Mano, logo a seguir Alvalade gritou «golo» em uníssono quando João Pereira entrou na área pela direita e cruzou para o segundo poste com Kieszeck já batido. Slimani não chegou a tempo e o colombino, com as redes à mercê, atirou por cima. O Estoril sentia agora tremendas dificuldades para travar as sucessivas investidas dos leões e Taira fez falta clara sobre Gutiérrez em plena área. Lance indiscutível para grande penalidade, embora fiquem dúvidas quanto à posição inicial do colombiano. A verdade é que, desta vez, Jorge Ferreira apontou para a marca dos onze metros e o colombiano abriu finalmente o marcador com um pontapé certeiro.
 
Sempre com muita calma e, agora, com menos pressa, os leões continuaram a fustigar a defesa canarinha, com passes curtos e muita cerimónia no momento do remate, levando muitas vezes os adeptos ao desespero. Jefferson voltou a enganar os adeptos que voltaram a gritar «golo» depois de uma assistência perfeita de Bran Ruíz, mas a bola passou ao lado. Jesus lançou entretanto Montero, em detrimento de Gutiérrez [muito pouco, além da grande penalidade], para o lado de Slimani e, mais tarde, refrescou a ala direita com Matheus Pereira a render Gelson.
 
O Sporting tinha, nesta altura, o jogo controlado, diante de um Estoril que arriscava muito pouco e com poucos homens, mas a verdade é que a vantagem era curta e perigosa. O Sporting teve oportunidades para matar o jogo, mas também arriscou um dissabor, com destaque para um remate cruzado do «chuta-chuta» Bruno César, a três minutos do final, que passou a rasar a trave de Rui Patrício.
 
Mas, voltando ao início, o Sporting, com mais dificuldades do que sentiu na Luz, acabou por garantir o essencial e segue destacado no topo da classificação.