Declarações de Abel Ferreira, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, depois do triunfo sobre o Sporting (1-0), o sétimo consecutivo:

«O segredo é fácil de perceber. Já o disse. Tem muito a ver com a nossa forma solidária de jogar, com a nossa filosofia de jogar. A equipa sabe o que tem de fazer com bola e sem bola, fomos astutos nos primeiros minutos deixando o adversário querer gostar do jogo. Sempre vos disse que o jogo em Marselha teria de nos servir de lição para os jogos mais difíceis. Fizemos um jogo inteligente nos primeiros vinte minutos. A partir daí tomamos conta do jogo, estou em crer que fizemos uma grande segunda aparte. Parece-me uma vitória inteiramente justa».

[Terceiro lugar?] «É muito melhor ficar em terceiro do que em quarto, mas mais do que isso importa pensar em tudo o que fizemos aqui. Fazemos o que sempre fazemos, analisar o jogo e ver as coisas boas e menos boas que fizemos. Jogar do primeiro ao último segundo para vencer, aquilo que temos feito em todos os jogos. Não vamos vencer sempre, mas vamos jogar sempre para vencer».

[Atendendo ao calendário do Sporting e do Sp. Braga há mais responsabilidade na luta pelo terceiro lugar?] «A responsabilidade é a mesma, querer mais a todos os jogos e em todos os treinos. A diferença é que contra o Moreirense tínhamos aqui três jornalistas, hoje tenho cem. Da nossa parte a abordagem foi a mesma. Nós, Braga, temos sido sempre coerentes com aquilo que fizemos. A responsabilidade é a mesma do primeiro dia».

[Comentário à publicação do clube: «Respondemos em campo, vão ter de contar connosco»] «Tenho uma responsabilidade social muito grande e os jogadores também. Os presidentes têm uma responsabilidade social muito grande os diretores de comunicação têm uma responsabilidade social muito grande. O melhor do país é este que está aqui ao meu lado. Vocês, Órgãos de Comunicação têm uma responsabilidade social muito grande. Quero que não se volte a repetir o que aconteceu, não quero voltar a ser expulso. Quando chegar a casa seguramente vou ter uma pessoa a dar-me na cabeça, a minha esposa. Acredito que o melhor de nós ainda está a chegar.

[Batendo-se de igual para igual com o Sporting, equipa com mais jogadores na seleção, sente que os jogadores do Sp. Braga são prejudicados na medida em que nenhum foi à seleção?] «O que mais me custa é deixar jogadores de fora, mas infelizmente não há volta a dar às regras. Todos os jogadores foram contratados para jogar. De maneira alguma podem pensar assim. Acima de tudo o que têm de fazer é continuar focados naquilo que controlam, depois o selecionador é que decide. Temos de perceber que a nossa seleção está recheada de grandes jogadores. Há muitas maneiras de se ser feliz. Seguramente que se sentem orgulhosos pelo trabalho que têm feito, quando o selecionar decidir olhar para aqui devemos ser das equipas que mais jogadores portugueses tem valorizado. Se for preciso vou lá levá-los».