Lino é, aos 37 anos, um dos jogadores mais velhos que já atuou na Académica. É, também, um dos atletas com mais idade da Liga, mas apenas teve oportunidade de se estrear no último domingo, em Arouca, devido a uma lesão que o afetou ainda na pré-época.

«Estamos todos sujeitos a isso. Tive essa infelicidade, logo numa altura em que estava a entrosar-me, a fazer bons treinos… aconteceu, e fiquei quase 40 dia sem atuar. Por isso, estou feliz de voltar, e poder ajudar. Agora é entrar no ritmo o mais rápido possível, porque os meus companheiros precisam de mim», confessou esta sexta-feira, em conferência de Imprensa.

E há segredos para esta longevidade nos relvados? «É claro que há cuidados especiais, que temos de colocar em prática. Depois, é muito importante a família, é fundamental mesmo, e tem de se gostar do que se faz. Não sei quanto tempo mais me resta, mas, enquanto me sentir bem, quero continuar a jogar», prosseguiu, até porque ainda tem projetos para realizar:

«Eu vim para ajudar o clube e os meus companheiros. Não sei se, no final da época, ainda terei condições, todos sabemos que a minha carreira está a acabar, mas não podia escolher um melhor sítio para o fazer, porque foi a Académica que me abriu as portas da Europa. Sonhos? Continuar a fazer um bom trabalho, manter Académica na Liga… é por isso que estou aqui.»

O regresso ao emblema que representou em 2006/07, antes de se transferir para o FC Porto, permite-lhe, passados sete anos, perceber o que mudou. Para melhor, no entender do lateral brasileiro, sobretudo em temos de condições de trabalho.

«Estou aqui para trabalhar. Já não sou um menino, é lógico, mas estou aqui para aprender e ajudar. Não vim passar férias. Quero fazer o meu trabalho, e, já agora, aproveito a ocasião para agradecer à Académica por ter-me contratado novamente, por apostar em mim. Fico feliz», admite.

Concentrado no desempenho quotidiano, e nos jogo, Lino garante ainda não ter pensado no que irá fazer depois do adeus. «Não sei ainda, não parei para pensar. Continuo em atividade e não quero misturar, mas, quando tomar uma decisão, lá para o final do campeonato, com certeza será algo ligado ao futebol», desvendou.

Lino titular, primeiro jogo sem sofrer golos

Coincidência ou não, o primeiro jogo de Lino como titular foi, também, o primeiro em que a Académica não sofreu golos. «O empenho de todos foi fundamental, houve muita competência nossa, também alguma sorte, e foi também um bom dia do Cristiano. Ficámos contentes, alegres, pelos três pontos [primeira vitória da época], mas o mérito é de toda a equipa», destrinçou, numa clara separação das águas. Consequências?

«Os treinos saíram melhor esta semana, trabalhamos mais concentrados e determinando para conseguirmos a próxima vitória, porque dedicação tem de haver sempre. Ficámos felizes por este primeiro triunfo, mas não queremos parar», afiança, falando um pouco das diferenças que se esperam entre esse encontro em Arouca, e o próximo, este domingo, em casa, com o Moreirense:

«Marcar cedo [como aconteceu em Arouca] dá mais tranquilidade e confiança no jogo, mas cada vez vai ser mais difícil. O Moreirense vem determinado a conquistar pontos, como fizemos em Arouca, que foram fundamentais para subirmos na tabela. Vai ser diferente. Temos ser inteligentes e competentes, vai ser um jogo aberto», vaticinou.