A pantera deu à costa na Madeira e tirou a cabeça da água, pelo menos até domingo. Com uma vitória expressiva mas inteiramente justa, nos Barreiros, o Boavista conseguiu sair da zona de despromoção.

O Marítimo é punido por uma exibição em modo «falta de comparência» - e até por isso o 3-0 ajusta-se -, mas isso não retira mérito à equipa visitante, que foi superior do primeiro ao último minuto. Um triunfo com nota artística da pantera, que se mantivesse esta imagem teria lugar reservado na elite do futebol português.

Embora mais pressionado na tabela classificativa, depois de ter regressado à zona de despromoção, o Boavista entrou bem no encontro e logo aos três minutos criou uma situação clara de golo, com Zé Manuel a fugir pela direita e a rematar cruzado, para defesa de Salin com o pé direto.

A equipa axadrezada apostou sobretudo no flanco direito, onde ia caindo Zé Manuel, o (pseudo) ponta de lança, a juntar-se a Renato Santos, que aos 20 minutos também aparece solto na área ma atirou por cima.

Com Tahar e Idris a dominarem a zona central, o Boavista conseguiu assumir o controlo do jogo e contou com Rúben Ribeiro para guiar o ataque. O médio protagonizou dois remates no primeiro tempo, e um deles não passou muito longe da barra de Salin (31m), mas a equipa visitante mostrou pouca assertividade no último terço do campo.

Mas se ao Boavista faltavam 30 metros, ao Marítimo parecia faltar tudo. A equipa madeirense criou apenas uma situação de perigo no primeiro tempo, e já ao minuto 42, com um remate de João Diogo à malha lateral.

Recompensa axadrezada

A agradável exibição boavisteira deu frutos na segunda parte, e curiosamente através de uma transição rápida para o ataque. Zé Manuel rodou muito bem sobre Maurício, a meio-campo, e depois lançou Anderson Carvalho para o tento inaugural (58m).

Nelo Vingada tinha acabado de trocar Éber Bessa por Alex Soares e não esperou mais: esgotou as substituições com Gevaro Nepomuceno e Djousse, mas a reação do Marítimo foi nula, revelando desorganização e desorientação.

Sem sobressaltos a nível defensivo, o Boavista lá foi construindo uma vitória robusta. Autor da assistência para o primeiro golo, Zé Manuel assumiu o estatuto de figura do encontro ao marcar depois dois golos. O primeiro a passe de Tahar, que aproveitou um deslize de Patrick na área, e o segundo com Anderson Carvalho a devolver a gentileza do primeiro tento, também em contra-ataque.

Mika fez a primeira defesa do jogo ao minuto 88, e na sequência de um remate de longe de Ghazaryan. Ilustrativo.