O Estoril foi a Portimão solidificar o quarto lugar na Liga, com uma vitória inequívoca sobre os algarvios (2-0), tirando máximo proveito de um momento de desequilíbrio do adversário para desbloquear o marcador, com mais um golo de André Franco. A equipa de Paulo Sérgio reagiu depois em força, rematou à trave e criou uma mão cheia de oportunidades, mas os sorrisos no final do jogo foram mesmo amarelos.

Um embate entre duas equipas que estão a fazer um campeonato acima das expetativas, ocupando os dois lugares logo abaixo dos três grandes, mas este domingo os algarvios, a jogar em casa, tinham uma oportunidade soberana de trocar de posição com os canarinhos e subir mais um degrau na classificação. Um jogo muito tático com as duas equipas a tentarem impor-se no relvado, mas sem correr muitos riscos, pelo menos, na primeira parte.

Entre os algarvios, Pedro Sá jogou à frente dos centrais, permitindo que Moufi e Fali Candé subissem no terreno para o ataque, um movimento que o Estoril também procurava reproduzir, com Gamboa também a recuar para o eixo, permitindo as subidas de Carles Soria e, sobretudo, de Joãozinho. Entrou melhor a equipa de Paulo Sérgio fazendo a bola rolar a toda a largura do terreno, obrigando os canarinhos a esticar a equipa até ao limite.

A primeira grande oportunidade foi mesmo dos algarvios, num lance de bola parada, com Fali Candé, na marcação de um livre, a colocar a bola na área onde surgiu Willyan a cabecear por cima. Os algarvios pareciam ter mais soluções nesta altura, fazendo o jogo correr pelas alas, mas também pelo corredor central, onde Aylton Boa Morte procurava também provocar desequilíbrios. Renato Junior ficou a centímetros de abrir o marcador, na sequência de um cruzamento de Moufi, mas o Estoril também contou com uma boa oportunidade num remate de Bruno Lourenço que obrigou Samuel Portugal a aplicar-se.

Ainda antes do intervalo, o Portimonense ficou a queixar-se de uma grande penalidade, por alegado corte com o braço de Carles Soria, mas o movimento do lateral parece casual e Nuno Almeida, apesar dos intensos protestos de Paulo Sérgio, mandou seguir. O jogo ainda ganhou velocidade nos últimos instantes antes do intervalo, mas Samuel e Daniel não voltaram a ser solicitados, apesar de mais uma boa oportunidade de Renato Júnior.

Estoril procurou surpreender no início da segunda parte, colocando mais intensidade no jogo, com Rosier a subir no terreno. O Portimonense procurou responder com a mesma intensidade, mas foram mesmo os canarinhos a chega ao golo. Rui Fonte recebeu uma bola de costas para a baliza, colcou em Rosier que, de primeira, lançou André Franco que invadiu a área e somou o quinto golo na Liga com o pé esquerdo. Paulo Sérgio, que já preparava alterações na equipa, decidiu arriscar, lançando primeiro Anderson e Nakajima e, logo a seguir, adicou de Pedrão para juntar Aponza ao ataque.

Foi neste momento de muitas alterações, com a equipa descompensada, à procura de um novo equilíbrio, que o Estoril acabou por chegar ao segundo golo, em mais uma transição rápida, depois de Arthur ganhar uma bola a Nakajima. Bruno Lourenço fugiu a toda a gente e também atirou a contar com o pé esquerdo.

Estava feito. O Portimonense, já completamente balanceado para a frente, ainda deu tudo por tudo e teve uma mão cheia de oportunidades, com destaque para um remate de Moufi à trave e para uma espetacular defesa de Daniel Leite a uma cabeçada de Lucas Fernandes.

A verdade é que o Portimonense voltou a perder pontos em casa e o Estoril é, cada vez mais, o quarto grande desta Liga.