Marco Silva tinha dito na véspera que a preparação estava a correr bem e a equipa demonstrou-o em campo esta sexta-feira com uma boa primeira parte a reboque de um André Martins endiabrado a garantir o triunfo dos leões sobre o Belenenses (2-1) em jogo da centenária Taça de Honra. Na segunda parte, com muitas alterações, o bom ritmo da primeira parte caiu, a equipa do Restelo reduziu e ainda ameaçou o empate, sem no entanto conseguir, tal como já aconteceu na época passada, evitar um novo dérbi na pré-época.

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O Belenenses entrou em campo com um dispositivo arrojado, com Abel Camará e Miguel Rosa bem abertos nos flancos e um Deyverson muito ativo na zona central, apoiado nas costas por Tiago Silva. Uma equipa inclinada para a frente que obrigou o Sporting a entrar no jogo com algumas cautelas depois das primeiras ameaças dos azuis. A equipa de Marco Silva procurou primeiro ganhar consistência atrás, com Oriol Rosell, o único reforço a entrar de início, a enquadrar-se na zona central, à frente dos defesas, para depois ir progredindo, aos poucos, com paciência, para mais perto da baliza de Matt Jones.

Montero, que terminou a última temporada, voltou a jogar de início, ladeado por Carrillo e Wilson Eduardo, mas foi um André Martins a vender energia que levou a equipa para a frente, com passes de rotura e movimentações em velocidade, deixando claro desde cedo que era o jogador em melhor forma física em campo. Os leões assumiram definitivamente as rédeas do jogo e, em apenas três minutos, marcaram dois golos de belo efeito. O primeiro, aos 29 minutos, com um bom remate de Wilson Eduardo, depois de um mau alívio da defesa do Belenenses. O segundo, logo a seguir, na sequência de um livre, convertido de forma magistral por André Martins, que levou a bola a entrar junto ao ângulo, sem hipóteses para Jones.

O Sporting tinha o jogo controlado, com o trio do meio-campo a impor o ritmo, o Belenenses subia cada vez menos, mas continuava a incomodar com um irreverente Deyverson.

Segunda parte mais azulada

Novo jogo no início da segunda parte, com Marco Silva a fazer sete alterações de uma assentada e, passado poucos minutos, mais duas. Entravam em campo Geraldes, Paulo Oliveira, João Mário, Slavtchev, Carlos Mané, Capel e Tanaka, mantendo-se o mesmo dispositivo, mas com novos protagonistas, com João Mário agora a puxar sobre si os holofotes que André Martins teve no primeiro tempo, mas por pouco tempo. Vidigal também apostou nas substituições em grupo, já com o jogo a decorrer, permitindo que os novos jogadores tivessem tempo de jogo sem demasiadas interrupções.

João Mário ainda desenhou a primeira oportunidade de golo, com um passe atrasado para Diego Capel, mas o Belenenses também podia ter reduzido logo a seguir, outra vez por Deyverson, que tirou proveito da passividade de Paulo Oliveira para voltar a visar a baliza de Boeck. Apesar dos esforços de João Mário e de uma ou outra arrancada de Carlos Mané, o Sporting estava muito longe da consistência que tinha apresentado na primeira parte.

O Belenenses sentiu a diferença, subiu as suas linhas e acabou por reduzir a diferença, já perto do final, na sequência de um pontapé de canto e um desvio infeliz de Geraldes, o lateral que os leões foram contratar ao Restelo. Já com o jogo a acabar, Fredy podia mesmo ter empatado, com um remate traiçoeiro que quase iludiu Marcelo.

Uma segunda parte que não permitiu tirar muitas ilações sobre os novos jogadores. Tanaka correu muito no ataque, mas sem bola, Slavtchev sentiu dificuldades em enquadrar-se no meio-campo, Paulo Oliveira e Geraldes também mostraram falta de entrosamento na defesa. Mas domingo há mais e logo com um dérbi que ninguém quer perder.