Princípios assimilados, a sugerirem consistência, rigor e segurança. Desenho tático idêntico, ideais conhecidos, uma evolução normal e lógica do FC Porto anterior. Notas soltas numa noite de apresentação bonita, diante de um oponente competente e matreiro. O italiano Nápoles, claro.

E os golos (?), perguntarão, e muito bem, os leitores. Essa é a resposta de um milhão de euros, adiada para a próxima semana, quando arrancar a Liga. O jackpot está a engordar, embora haja executantes mais do que suficientes para interromper o jejum em breve.

Vale a pena começar por aí. O FC Porto já cria oportunidades, mantendo a fidelidade ao principal traço do processo passado. O guarda-redes tenta sair a jogar - agora menos vezes -, a bola chega ao médio mais recuado e o jogo exterior suplanta a busca de espaços interiores.

O JOGO VISTO AO MINUTO

Depois, muito depende da inspiração dos extremos e da movimentação posterior de ponta-de-lança e médios ofensivos. Até aqui, o FC Porto faz bem as coisas, tudo está bem decorado e treinado.

Continua, porém, a parecer que Aboubakar (e depois Osvaldo) passam tempo a mais numa espécie de solitária insuportável. No primeiro tempo, Herrera e Imbula atenuaram essa sensação com aproximações curiosas à área napolitana, Varela também conseguiu desequilibrar em duas arrancadas, mas Cristian Tello continua a decidir quase sempre mal.

No segundo tempo, por exemplo, fugiu bem pela direita e só tinha de cruzar rasteiro para Dani Osvaldo - o ítalo-argentino tem pormenores ricos e fez 28 minutos com muita vontade. O que fez? Pegou mal na bola e colocou-a nas luvas de Pepe Reina.

OS REFORÇOS DO FC PORTO EM ANÁLISE

O mesmo Tello, aos 38 minutos, teve a bola no pé direito, dentro da área, e atirou ao lado. Cansaço? Provavelmente.

Julen Lopetegui apostou em Rúben Neves (mais uma boa exibição) para a posição-seis, colocou Imbula e Herrera à frente do menino e teve Brahimi e Varela no apoio a Aboubakar.

A segunda parte trouxe várias mexidas e algumas revelações. Percebe-se que Evandro tem o lugar em risco no grupo (o médio não entrou, tal como Gudiño, André Silva e o lesionado Alex Sandro) e que Alberto Bueno entra nas opções para as alas do ataque.

Além desse pequeno problema na relação com a baliza contrária, há outras notas negativas no bloco de notas de Lopetegui. Brahimi e Aly Cissokho saíram lesionados e não se sabe muito bem o que lhes pode acontecer nas próximas semanas.

Pelo contrário, outros elementos merecem um forte aplauso. Imbula e Herrera, Maxi Pereira e Maicon, Ricardo Pereira e André André. Todos com aparições prometedoras.

Julen Lopetegui tem, enfim, uma semana para acabar com o jackpot e o caminho para o golo. O resto está com bom ar.