Não há conto de fadas sem sofrimento e este, o do Arouca, teve-o de sobra.

Em três anos, a equipa arouquense saltou do Campeonato de Portugal para, agora, garantir o regresso às competições europeias sete anos depois da primeira (e última) participação.

A equipa de Armando Evangelista até vinha do pior período da época: três derrotas consecutivas, situação até agora inédita para aquele que tem sido um dos conjuntos nacionais mais sólidos em 2022/23. Caiu do quinto para o sexto lugar e deu vida ao sonho de adversários, mas neste sábado, na receção ao Chaves, voltou aos triunfos para selar, a uma jornada do fim da Liga o acesso à Liga Conferência.

O jogo colocou frente a frente duas das equipas mais competentes do campeonato e a distância na tabela entre as duas equipas (dois pontos) fazia antever aquilo que acabou mesmo por acontecer no Municipal de Arouca: 90 minutos de equilíbrio quebrados apenas por um pontapé certeiro da marca dos 11 metros.

O Arouca foi melhor numa fase inicial e conseguiu encontrar espaços no último terço, muito por força das boas iniciativas de Tiago Esgaio pelo corredor direito.

Depois de um período de alguma instabilidade, os transmontanos cresceram depois da meia-hora. Héctor teve o golo na cabeça e, a fechar a primeira parte, Steven Vitória atirou por cima na cobrança de um penálti.

Foi essencialmente aí que esteve a diferença entre as duas equipas: na sorte/competência de uma marca. E foi também daquela que Sylla foi mais feliz do que Vitória pouco depois da hora de jogo. O extremo arouquense caiu na área num lance com Nélson Monte (muito contestado pelos flavienses), mas o árbitro manteve-se firme na decisão.

Depois disso, o Arouca concentrou-se em defender a preciosa vantagem que lhe permitia completar um conto de fadas inverosímil. Que parecia apenas guião de ficção até há bem pouco tempo, mas que é, agora bem real.

O passadiço da Europa está reaberto.