O Arouca goleou o Portimonense, por 4-0, confirmou todas as credenciais daquilo que tem sido esta primeira metade da época e, após um jogo em que não deu hipótese aos algarvios, sobe ao sexto lugar, ultrapassa o Vitória de Guimarães e está a apenas um ponto dos lugares europeus. E atenção: nesta ronda, o FC Porto vai ao D. Afonso Henriques.

A luta a meio da tabela tem sido aguerrida, mas este Arouca tem de ser tido em consideração. A equipa de Armando Evangelista está a protagonizar uma campanha de sucesso e com perfume na frente de ataque.

Nomes como Alan Ruiz, Antony, Oday Dabbagh ou Rafa Mújica têm sido bons elementos desta primeira volta do campeonato. O argentino, de resto, continua com aquela qualidade técnica que cedo se viu em Alvalade e, no contexto certo, tem momentos de brilhantismo absoluto. Assim como o palestino, que esta noite esteve endiabrado.

Um Arouca-Portimonense às 19h00 de uma sexta-feira provavelmente não pareceria o melhor cartaz para dar o arranque à 17.ª jornada, a última da primeira volta, mas fossem todos os jogos como este e o campeonato português teria ainda mais visibilidade. Muitos golos, oportunidades, um jogo aberto e lances de belo recorte técnico. Houve um pouco de tudo.

A equipa de Armando Evangelista entrou melhor, aproveitou as (demasiadas) desatenções defensivas dos algarvios e cedo se colocou em vantagem, gerindo depois o jogo com tranquilidade.

Logo ao sexto minuto, Relvas falhou na saída de bola e deixou-a à mercê de Ruiz, que rapidamente assistiu Oday Dabbagh. O palestino, num momento de génio, trocou as voltas a Pedrão e picou sobre Nakamura.

Ao contrário do que até seria expectável, o Portimonense reagiu bem ao golo, mas nunca com reais ameaças às redes de Arruabarrena. Por outro lado, os arouquenses tinham setas bem apontadas à baliza algarvia, Dabbagh ainda perdoou, mas mais tarde Ruiz fez das suas.

Nakamura – principal responsável para evitar um resultado ainda mais avultado – cometeu um grave erro na construção, colocou a bola em Arsénio e o extremo português assistiu o médio argentino, que também finalizou de forma irrepreensível em cima da meia-hora.

A partir daqui o Portimonense desapareceu por completo do jogo e prova disso é que nem sequer rematou na segunda parte.

Sinal vermelho de um lado, prego a fundo do outro

As coisas ficaram ainda mais fáceis para a equipa de Evangelista – a cumprir o 100.º jogo pelo Arouca – quando Seck viu o segundo cartão amarelo (65m) e deixou os algarvios com dez unidades.

Num lance de completa desorganização defensiva do adversário, aos 76 minutos, o Arouca investiu pela direita, Tiago Esgaio tirou o cruzamento rasteiro e apareceu Dabbagh ao segundo poste para apontar um bis e assegurar o justo prémio de figura do jogo.

Logo de seguida, aos 79 minutos, Benji Michel deixou um aviso a Evangelista: vai ter de contar com ele. O extremo norte-americano, reforço de inverno, apontou um excelente golo num lance individual em que cortou para dentro e rematou colocado.

O Arouca não podia pedir melhor resultado e exibição na antecâmara do confronto com o Sporting, na Taça da Liga. Sobe assim, à condição, ao sexto posto da tabela, ultrapassando o Vitória de Guimarães e com uns fantásticos 26 pontos no final da primeira volta, a apenas um ponto do quinto lugar, que dá acesso às competições europeias.

Por sua vez, o Portimonense, que arrancou bem a temporada, atravessa uma grave crise de resultados, mas ainda assim está sentado no conforto de 20 pontos e do 12.º lugar.