Em Arouca, o sonho da Europa é cada vez mais real.

Um golo de penálti de Morlaye Sylla, aos 12 minutos, deu a vitória à equipa de Armando Evangelista frente ao Vizela, mantendo firme o quinto lugar à partida para as últimas cinco jornadas.

O jogo foi muito mais do que isto: mas o duelo dos penáltis foi determinante para o Arouca. E, por fim, quatro centímetros para confirmar a festa.

Se Sylla conseguiu bater Buntic, o mesmo não fez Samu perante Ignacio de Arruabarrena: o uruguaio teve uma noite brilhante, destacada com o castigo máximo defendido ao jogador do Vizela em cima do intervalo.

A prestação do guarda-redes do Arouca acentuou-se sobretudo porque o Vizela, apesar da derrota, foi a equipa que mais produziu para tentar contrariar a desvantagem madrugadora. Até marcou em cima do apito final por Bruno Wilson, mas a expectativa do empate gorou-se com a confirmação do fora de jogo de Friday Etim, por escassos… quatro centímetros.

Num jogo entre equipas com percursos semelhantes nos últimos anos – desde as subidas no Campeonato de Portugal e na II Liga até ao reencontro pela aspiração europeia esta noite – uma falta assinalada de Anderson sobre Antony abriu caminho à vantagem do Arouca, numa altura em que morava algum equilíbrio e expectativa no encontro. Sylla deu vantagem à equipa da casa.

Até ao intervalo, é justo dizer-se porque foi o que aconteceu: o Vizela criou mais, teve mais iniciativa e aproximações, mas o Arouca também foi competente e teve mérito e espírito a defender. E, por fim, Ignacio de Arruabarrena.

O uruguaio mostrou atenção e bom posicionamento em duas tentativas iniciais de Guzzo e, ao terceiro duelo com o médio, voltou a ganhar, com uma boa defesa após uma bela jogada do Vizela, que teve várias boas soluções para encontrar espaços. O auge da exibição aconteceu em cima do descanso, depois de uma falta confirmada com recurso ao VAR, de David Simão sobre Guzzo. Só que Samu viu o guardião contrário defender.

Na segunda parte, Tulipa apostou noutra solução ofensiva e colocou Friday Etim no lugar de Osmajic (aparentemente por opção, mas o técnico justificou no final da partida que foi por lesão do montenegrino). O jovem avançado, porém, aproveitou, deu boa energia à frente vizelense e quase empatou de bicicleta (57m), pouco antes da saída de João Basso por lesão, para a entrada de Opoku.

O Arouca, à exceção de um cabeceamento de Mújica (61m) e de outro de Esgaio (87m) não criou mais perigo na segunda parte, ao contrário do Vizela, que foi carregando em busca do empate. Zohi, recém-entrado, ficou perto do 1-1, mas Arruabarrena voltou a brilhar e foi adiando o golo ao Vizela, que teve o dobro dos remates, uma estatística impressionante em cantos (14 contra zero), mas sem pontos e golos, por fim.

Bruno Wilson ainda provocou festejos em cima do quinto e último minuto de compensação, mas o empate não aconteceu porque Etim estava ligeiramente adiantado em relação a Lawal e os três pontos ficaram em Arouca, onde um regresso à Europa é cada vez mais possível.