Com um registo impressionante de sete golos em seis jogos pelo FC Porto, Tiquinho Soares tem merecido rasgados elogios, mas Manuel Machado lamenta que, por estes dias, se dê pouco destaque a quem trouxe o avançado para Portugal.

«Não vi nenhuma referência ao quadro técnico do Nacional, que o descobriu num Candal ou Rio Tinto qualquer. Como ser humano espero que vá o mais longe possível. Desejo-lhe a maior sorte», disse o técnico, antes do reencontro com o avançado, no Arouca-FC Porto de sexta-feira.

É importante recordar que Manuel Machado falou ao Maisfutebol a 24 de janeiro sobre Soares. Na altura elogiou o caráter do avançado e explicou ter sido Bruno Patacas, diretor do Nacional, a descobri-lo no Brasil.

Soares chegou a Portugal em janeiro de 2015, para reforçar o Nacional, então orientado por Manuel Machado. Juntos trabalharam um ano e meio.

«O Soares chegou em bruto, corria para trás quando os outros corriam para a frente», recordou o técnico nesta quinta-feira, antes de falar em ingratidão.

«Há duas coisas que me incomodam: ingratidão e ganância. O jogador tinha uma boa relação com a bola e tinha potencial físico diferenciado. A nível da cultura do jogo, tinha zero. Aprendeu, e ainda bem, para bem dele deu um primeiro passo em direção ao V. Guimarães e, por mérito próprio, está no FC Porto. Quanto aos fundamentos das desgraças no mundo, a ingratidão e a ganância, estou a falar de pessoas com que vamos lidando, que ajudamos a promover, a ganhar sentido na vida, mas que depois revelam ingratidão», afirmou Machado.