«Qualidade, consistência e Liga dos Campeões», é com estas três palavras que Arsène Wenger descreve o FC Porto, num documentario da «beIN Sports» sobre os dragões, inserido na série de «As melhores equipas, por Arsène Wenger».

O treinador francês do Arsenal falou do passado e do presente do clube portista durante 25 minutos, acompanhado por imagens das grandes conquistas dos clubes.
 
O que distingue o FC Porto do Benfica e Sporting? «Por estarem na maior cidade do país, Benfica e Sporting estão sob maior pressão dos media. O Porto é uma cidade mais discreta e penso que isso ajuda os jogadores a concentrarem-se mais no trabalho e a serem mais consistentes», considera Wenger.
 
«Para mim, o FC Porto representa o clube dominante em Portugal, que quer sempre seguir em frente, a quem não é fácil seguir comprar jogadores porque os vende caros. Acho que o segredo do clube passa pela prospeção de qualidade», frisou o técnico.
 
Como exemplos desse sucesso na prospeção de jogadores, Wenger apontou o caso recente de Mangala, «que veio de clubes pequenos em França e que depois se valorizou», mas viajou mais atrás no tempo, aos anos 90, altura do pentacampeonato.
 
«É uma equipa que sempre comprou muito bem. Portugal é um país que importa muitos brasileiros e o FC Porto comprou alguns jogadores de clubes pequenos no Brasil, e outros que já estavam em clubes pequenos em Portugal, trabalhou-os bem, e por isso tinha sempre a melhor equipa».
 
Wenger considera que Pinto da Costa é «o cérebro do FC Porto». «Toma sempre boas decisões, quer na contratação de treinadores, quer de jogadores. Investe em jovens brasileiros e de outros países, trabalha-os bem e vende-os. É um homem de negócios de topo. Planeia o futuro e faz do FC Porto a sua vida».

Sobre Lopetegui, Wenger também tem uma opinião positiva: «Aposta num futebol de posse. Adaptou-se bem e só não está a ser mais feliz porque o Benfica está mais forte e mais estável».

Palavras também sobre os atuais jogadores: «Casemiro e Herrera fizeram esquecer Fernando, que era peça-chave, Quaresma é o típico jogador português, hábil e rápido, tal como Brahimi, que veremos em breve no PSG. Adoro Tello, terá grande futuro. Jackson? É inteligente, sabe usar o corpo e é finalizador nato. Tem qualidade para a Premier League e está na lista de muita gente. Vai dar um grande sorriso a Pinto da Costa.»

No final, Wenger fala ainda  sobre algumas das estrelas do FC Porto ao longo dos anos. Depois de revelar que, em França, um golo de calcanhar passou a chamar-se um Madjer, contou também que chegou a tentar contratar João Pinto.