Os sócios do Sporting decidem este sábado, a partir das 14h30, se Bruno de Carvalho é expulso do clube, ao pronunciarem-se em assembleia geral (AG) extraordinária sobre o recurso do ex-presidente, que já anunciou a intenção de não comparecer.

Bruno de Carvalho discorda do modo de funcionamento escolhido pela Mesa da Assembleia Geral, por considerar que a votação no Pavilhão João Rocha não deveria iniciar-se antes de concluir a apresentação da sua defesa – para a qual dispõe de quinze minutos –, o mesmo sucedendo com o seu antigo vice-presidente Alexandre Godinho, que também enfrenta a expulsão de associado.

O julgamento dos recursos dos dois dirigentes é, aliás, o único ponto de ordem desta AG extraordinária, como o clube explicou em comunicado. «A Assembleia Geral tem previsto um período de discussão e um período de votação os quais decorrerão em simultâneo, como já foi amplamente divulgado pelo Sporting», explicou o clube num comunicado publicado na véspera.

Bruno de Carvalho já tinha anunciado publicamente, a 23 de junho de 2018, que não iria participar na AG realizada na Altice Arena, em Lisboa, mas acabou por comparecer na sessão plenária em que foi decidida a sua destituição da presidência do Sporting, que ocupou entre 2013 e 2018, com 71,36 por cento dos votos.

Bruno de Carvalho, de 47 anos, tornou-se o primeiro presidente do Sporting a ser destituído em 113 anos de história do clube, tendo sido posteriormente suspenso por doze meses, o que inviabilizou a possibilidade de se candidatar às eleições de 8 de setembro, nas quais foi eleito Frederico Varandas.

Paralelamente, Bruno de Carvalho foi constituído arguido no processo de investigação judicial ao ataque à academia de Alcochete, a 15 de maio de 2018, em que foram agredidos futebolistas e técnicos, esteve na base da maior crise institucional do clube e que, no limite, provocou a sua queda e culminou na expulsão de sócio, cujo capítulo final é conhecido este sábado, com a votação do recurso.

A expulsão de associado do Sporting não é um procedimento irreversível, uma vez que os estatutos do clube de Alvalade contemplam a possibilidade de recuperar aquela condição, mediante a aprovação por maioria de dois terços, em assembleia geral convocada para esse efeito.