«Este jogo também não tem grande interesse, estamos quase dez pontos à frente do FC Porto…»

A frase foi escutada junto ao estádio da Luz a cerca de uma hora antes do início do Benfica-Belenenses. Dita por um adepto encarnado.

Mas foi mais ou menos essa a mensagem que o jogo transmitiu nos primeiros minutos.

Um Benfica qb – para não lhe chamar em serviços mínimos – e um público apático perante um jogo poucas vezes bem jogado até aos 38 minutos.

Aí, surgiu o génio de Taarabt a rasgar a monotonia. E a defesa do Belenenses, diga-se. O médio marroquino pegou na bola na zona do meio-campo e passou por vários adversários antes de servir Cervi e o argentino colocar na área para Vinícius desfazer o nulo.

E sem dar tempo sequer para o Belenenses reagir, o Benfica voltou a marcar, por Taarabt, aquele que mais fez para agitar o jogo.

Outra vez o fantasma azul?

Só que, entretanto, meteu-se o intervalo e a águia voltou a adormecer.

É certo que dormiu à sombra de uma vantagem de dois golos. Mas já na época passada isso tinha acontecido no mesmo palco, frente ao mesmo adversário e no final o Belenenses saiu com um empate da Luz.

E é importante dizer que desde então até ao momento, o Benfica tinha feito 14 jogos em casa, e conseguido 13 vitórias e uma derrota: com o FC Porto.

Também por isso, o autogolo de Ferro vestiu-se de fantasma. Um fantasma azul que ameaçava pairar sobre a Luz nos 20 minutos que restavam.

Chiquinho após passe brilhante de Vinícius tentou afastar esses receios ao fazer o 3-1 aos 78m, mas o Benfica ainda foi a tempo de passar os últimos minutos sobre brasas.

Dois erros de Rafa na mesma jogada, o último deles uma falta sobre Varela dentro da área, levaram Licá para a marca dos onze metros para fazer o 3-2.

Recorde o filme do jogo

E aí, os homens de Lage voltaram a tremer. E de que maneira. Inúmeros maus passes e Vlachodimos em sobressalto nos últimos minutos, claramente, por desconcentração.

Foi, por isso, estranho. Foi estranho ver o Benfica terminar em sufoco um jogo que pareceu ter mais do que controlado. Numa altura do campeonato em que lidera com mais sete pontos (agora dez, à condição) do que o FC Porto. E quando vem num ciclo que passou a ser de 16 vitórias consecutivas.

Mas parece que o jogo ganhou algum interesse, não?