Foi uma má propaganda ao futebol. Gil Vicente e Belenenses proporcionaram um mau espetáculo, num jogo onde o zero imperou: zero nos golos, zero nas oportunidades flagrantes… zero na temperatura. Com o empate, os galos colaram-se a Nacional e Moreirense no 9.º posto, somando agora 13 pontos, enquanto a equipa do restelo igualou o Tondela na 12.ª posição, com menos um ponto.

Ricardo Soares arrancou para o jogo com duas baixas de vulto, à qual se juntou uma terceira. Denis, Ygor Nogueira e João Afonso, habituais titulares, testaram positivo à Covid 19 e não puderam dar o contributo à equipa. Aliás, o guardião brasileiro falha o primeiro jogo ao fim de 44 titularidades consecutivas. Já para Petit, os problemas começaram já no decorrer da partida, com a lesão de Silvestre Varela à passagem do quarto de hora.

Podemos contar pelos dedos de uma mão as vezes em que os guarda-redes foram incomodados no primeiro tempo. Nada de espantar. Afinal, frente a frente estava duas equipas que têm uma média inferior a um golo por jogo. O Belenenses, a par do Rio Ave, tem o pior ataque da Liga (seis golos marcados) e o Gil Vicente o quarto pior (nove golos).

Mas, se por um lado marcam poucos golos, também são poucas as vezes que vão buscar o esférico ao fundo das suas redes. As estatísticas valem o que valem, contudo, o facto é que a primeira parte foi um longo bocejo até ao descanso. Muita luta a meio campo e ocasiões de perigo nem vê-las. Ainda assim, foram os galos que se acercaram mais vezes da baliza forasteira.

Com a segunda parte, renascia a esperança de um jogo mais aberto e com lances que fizessem os adeptos em casa vibrar. Porém, rapidamente se esfumou essa esperança e se percebeu que a etapa complementar iria ser mais do mesmo: uma má propaganda ao futebol.

Apenas uma exceção confirmou a regra: um remate de ressaca de Claude Gonçalves, após pontapé de canto, para boa defesa de Kritciuk. De resto, apenas algumas aproximações às duas balizas, mas sem nunca causar verdadeiramente perigo. No final, o Belenenses vai mais satisfeito para casa: leva o ponto que procurou em Barcelos. Já o Gil Vicente, apesar de ter tentado mudar o rumo dos acontecimentos, nunca conseguiu ludibriar a organização defensiva do adversário.