Cambalhota em jeito de serenata à chuva. O Moreirense voltou aos triunfos após a derrota em Alvalade, derrotando em casa o Belenenses (2-1) num jogo realizado debaixo de uma verdadeira intempérie. Foram os centrais da equipa de Vítor Campelos a fazer a diferença, dando a volta ao marcador depois de o Belenenses ter entrado a vencer.

O triunfo do Moreirense foi alcançado com dois lances de bola parada já na última meia hora de jogo, período no qual o Belenenses jogou em inferioridade numérica por expulsão de André Sousa. Cumpriu-se o desejo de Vítor Campelos, que ambicionava uma vitória no último jogo de 2019.

O embate entre o Moreirense e o Belenenses teve nas condições climatéricas um fator decisivo para o desenrolar do jogo. Choveu copiosamente durante todo o jogo, o que levou a que a bola rolasse com dificuldade em determinadas zonas do terreno, ganhando velocidade noutras zonas.

Pareceu adaptar-se melhor o Belenenses, entrando melhor no encontro. A equipa de Pedro Ribeiro apresentou-se mais incisiva, mais crente nos duelos e, sobretudo, menos limitada pelas condicionantes. Ainda assim, essa supremacia era apenas territorial e sem grandes dados práticos. O embate foi muito musculado e jogado essencialmente a meio campo, escasseando lances junto das áreas.

A tal maior crença do Belenenses fez-se notar aos dezoito minutos, chegando ao golo. Passe para as costas da defesa, aparentemente comprido, mas Licá acreditou e conseguiu chegar ao esférico, dando para trás para Cassierra encher o pé e atirar para o fundo das redes, adiantando a equipa que traja de azul.

Triunfo justificado, que ganhou ainda mais razão de ser pela parca capacidade de reação do Moreirense. Apática, a equipa de Vítor Campelos não conseguia ligar o seu jogo e falhou muitos passes. Demasiados passes simples, que condicionaram a construção de jogo e, por consequência, a capacidade de resposta do Moreirense.

Uma cabeçada de Fábio Abreu, no interior da área a corresponder da melhor forma a um cruzamento da esquerda de Luther Singh foi o máximo que o Moreirense conseguiu, brilhando André Moreira na baliza do Belenenses, com uma excelente defesa.

Mesmo sem deslumbrar, o Moreirense arregaçou as mangas e foi atrás do prejuízo, entrando bem na segunda metade. Não criava muito perigo, mas conseguia ganhar metros no seu domínio territorial. O Belenenses expôs-se a vários duelos à entrada da sua área, sendo que Steven Vitória beneficiou de um livre em zona frontal à baliza quando faltava meia hora.

O defesa central bateu forte, de forma violenta, André Moreira ainda adivinhou o lado mas não conseguiu suster o remate. Para além do golo sofrido, o capitão André Sousa foi expulso por protestos, condicionando a sua equipa para a derradeira meia hora de jogo.  

Organizou-se o Belenenses, espreitando as transições rápidas, o Moreirense não se quis expor e, por isso não arriscou em demasia pelo que o cronómetro evoluiu sem que o jogo tivesse momentos dignos de registo.

Até que ao minuto noventa o Moreirense marcou o segundo. Novamente num lance de bola parada, desta feita de canto, outra vez com um central a resolver. Canto de Bilel, na área Lazar Rosic desviou de cabeça e carimbou os três pontos para o Moreirense. Três pontos com direito a ultrapassagem na tabela classificativa.