O Moreirense da era Vasco Seabra ainda não sabe o que é vencer em casa. O Belenenses só ganhou fora de portas uma vez, na primeira jornada. Feitos cada vez mais fundos no baú de memórias, que esta noite ninguém conseguiu contrariar. Deu empate (2-2) o jogo de encerramento da 21.ª jornada entre Moreirense e Belenenses.

Um jogo entretido, como diria Quinito, com quatro golos, duas vantagens do Moreirense anuladas pelo Belenenses, um bis de Rafael Martins, Cassierra a ver o bis, e o triunfo, anulado nos últimos minutos – 22 centímetros fora de jogo – e incerteza no marcador até ao final.

O Belenenses até fez algo que ainda não tinha conseguido fazer até agora, marcar duas vezes fora de portas, aliás, tinha apenas um golo marcado fora, no D. Afonso Henriques, no único triunfo que tem fora, mas foi insuficiente. Continua a senda de jogos sem perder, já vão cinco jogos, mas a realidade é que nessa série constam quatro empates. Não ganha há três jogos o Moreirense.

Rafael Martins a dobrar

Separados por quatro pontos e procurando fugir à confusão da cauda da tabela, Moreirense e Belenenses começaram por oscilar entre períodos de cautela de parte a parte e momentos de maior audácia ofensiva. Com Rafael Martins de volta ao onze do Moreirense, foi precisamente o atacante brasileiro a ser a figura dos cónegos, apontando dois golos na primeira metade, o primeiro logo nos minutos iniciais.

Trabalho de Fábio Pacheco junto à linha de fundo aos onze minutos, a servir o atacante que amortece com o é direito, de costas para a baliza, rematando à meia volta com o pé esquerdo para o fundo das redes. Chegou ao empate apenas seis minutos volvidos o Belenenses, na sequência de um canto. Gonçalo, o capitão, marcou de cabeça aquele que foi o segundo golo fora de portas esta temporada na Liga. Quase cinco meses depois o Belenenses pôde festejar longe do Jamor.

Melhor na partida, depois de ameaçar o Moreirense voltou para a frente do marcador perto do intervalo. Mais um trabalho digno de registo de Fábio Pacheco a descobrir Yan nas costas da defesa, que entrega a Rafael Martins o segundo da noite. Apenas teve de encostar o atacante, aparecendo no sítio certo para recolocar o Moreirense em vantagem.

Insistência de Cassierra

Foi mais expedito na segunda metade o Belenenses, correndo atrás do prejuízo com mais afinco do que o que tinha feito até então. É verdade que teve momentos em que esteve por cima na primeira metade, a espaços, algo que se inverteu por completo após o intervalo com a equipa de azul a ter mais iniciativa.

Ia espreitando o contragolpe o Moreirense, tentando o espaço nas costas do adversário, que claramente se balanceou para o ataque e, naturalmente, correndo mais riscos expôs-se mais ao erro. Neste limbo prevaleceu a o assédio do Belenenses, que acabou por chegar ao empate a meio do segundo tempo.

Insistência do colombiano Cassierra, depois de dois remates consecutivos ao poste, teve mais crença do que toda a gente e conseguiu a terceira emenda perante a passividade contrária e carimbou o empate para o conjunto de Petit. Voltou a abanar as redes o colombiano nos instantes finais, mas foi assinalado fora de jogo.

Um ponto para cada lado, jogo emotivo, ainda que longe de bem jogado, permanecendo o baú de memórias de cada uma das equipas cada vez mais fundo.