Depois de duas derrotas seguidas para a Liga, o Portimonense voltou aos triunfos e chegou aos 17 pontos na Liga, confirmando ser uma das equipas mais estáveis da prova.

A vitória por 2-0 sobre o Belenenses acaba por ser ajustado, mas a segurança absoluta só chegou nos minutos finais. Valeram os golos de Nakajima e de Pedro Sá, e a leitura de jogo de um treinador sem problemas em mudar peças ao intervalo, apesar de se encontrar em vantagem no marcador. Esse momento poderá ter sido capital para que o Portimonense acabasse por arrancar um triunfo incontestado e pusesse termo à superioridade do Belenenses nos primeiros 45 minutos.

O golo de Nakajima, em estreia a titular para a Liga em 2021/22, foi bónus para os algarvios, que, mais do que fazerem por isso, viram-se a ganhar logo aos 10 minutos.

O conjunto orientado por Filipe Cândido não se recompôs de imediato do golpe, mas estabilizou a partir dos 20 minutos. Carraça foi quebra-cabeças pela direita e o meio-campo dos azuis, com Lukovic em destaque, começou a levar a melhor sobre o dos alvinegros, onde Imbula – também em estreia a titular – esteve errático e perigoso, arriscando mesmo a expulsão.

Ciente disso, Paulo Sérgio mexeu ao intervalo, depois de uma primeira parte na qual o Portimonense consentiu 11 remates aos lisboetas e foi pouco incisivo no ataque. Lançou Carlinhos para o lugar de Imbula e Aylton Boa Morte pelo pouco interventivo Marcus.

As melhorias foram imediatas. Carlinhos montou, juntamente com Pedro Sá, uma teia a meio-campo e Aylton Boa Morte foi um upgrade ao corredor direito.

A posse de bola manteve-se dividida, o Belenenses continuou a tentar, mas sem revelar a capacidade criativa necessária para desmontar um bloco coeso de bola corrida. Pior: tornou-se permeável defensivamente, sobretudo quando os centrais subiam à área contrária para responder a bolas paradas.

Quase sempre com Nakajima como protagonista, os algarvios ensaiaram contra-ataques que poderiam ser sido definidos com outra clarividência e o conforto absoluto foi adiado até chegar apenas aos 83 minutos pelo pé esquerdo de Pedro Sá.

Dezassete pontos em 11 jornadas e o sexto lugar seguro. Quais os limites da ambição deste Portimonense?