E ao 26.º jogo, o Boavista somou o 15.º empate na Liga. Petit já tinha ido ao Bessa com o Belenenses arrancar um nulo e agora regressou ao Estádio Nacional, com o Boavista, para somar mais um empate sem golos. Duas equipas que entraram neste jogo determinadas em não perder e acabaram por ser as duas bem-sucedidas num jogo com muitas faltas e pouco futebol.

Um jogo que começou com um Belenenses destemido, com pouco a perder e a assumir o estatuto de equipa da casa, diante de um Boavista mais na expetativa, mas a vender caro cada metro de terreno. Não foi preciso esperar muitos minutos para perceber que a prioridade dos dois emblemas era, em primeiro lugar, não perder esta noite. Duas equipas a defender com muitos homens, mas a atacar com poucos.

O Belenenses apareceu com um novo figurino, com Chima Akas no eixo da defesa ao lado de Yohan Tavares, soltando Danny para uma espécie de «trinco» à moda antiga. Os azuis contavam depois com Afonso Sousa solto no relvado, a estabelecer a ligação com o trio de ataque composto por Baraye, Camará e Licá. O Boavista manteve-se fiel ao esquema com três centrais e dois laterais um pouco retraídos esta noite. Cannon e Hamache subiram pouco no terreno, deixando as transições entregues a Gustavo Sauer, Yusupha e Musa.

Um início de jogo com chuva, muita luta pela bola, mas poucas oportunidades, com as duas equipas a optarem muitas vezes pelo remate de meia distância. O Belenenses até conseguiu mais profundidade, mas o Boavista criou mais perigo em lances de bolas paradas, quase sempre por Gustavo Sauer, com destaque para um pontapé de canto que quase permitiu a Porozo abrir o marcador. O Belenenses respondia pelas alas e Calila esteve perto de surpreender Bracali, já perto do intervalo, com um remate de ângulo apertado para defesa apertada do brasileiro. Ainda na primeira parte, um revés para Petit, com Hamache a sair com queixas na virilha e a ser substituído por Filipe Ferreira.

Jogo mais aberto, mas por pouco tempo

Franclim Carvalho procurou acelerar o jogo no início da segunda parte, prescindindo de Calila para lançar Pedro Nuno, e o Boavista aceitou o desafio, carregando também no acelerador, para um recomeço bem mais aberto do que tínhamos visto até aqui. A primeira oportunidade foi para o Belenenses, com Licá a deixar Javi Garcia nas costas, sobre a esquerda, para depois cruzar atrasado para o desvio de Pedro Nuno, sem a melhor direção. Na resposta, o Boavista chegou a festejar um golo, na sequência de um canto de Gustavo Sauer, mas Nuno Almeida assinalou falta sobre Luiz Felipe antes do remate de Makouta.

Com os minutos a correr, os dois treinadores foram arriscando um pouco mais, a partir do banco. Franclim Carvalho apostou em Rafael Camacho e, depois, em Safira, enquanto Petit lançava Gorré e, mais tarde, De Santis. No entanto, as duas equipas voltaram a anular-se em campo, com muita luta, muitas faltas e pouco discernimento no ataque às balizas. Chima Akas ainda teve uma oportunidade e Rafael Camacho também, mas Bracali defendeu e manteve o nulo intato até final.

Nono empate do Boavista nos últimos doze jogos, 15.º da temporada. A verdade é que o Boavista pontinho a pontinho, está bem mais confortável na classificação do que o Belenenses que continua sem conseguir aproximar-se dos adversários mais próximos na classificação.