O Belenenses, em modo totalmente pragmático, venceu o Vizela por 1-0 este sábado e continua a acreditar na continuidade no primeiro escalão. Em pouco mais de um mês, a equipa comandada por Franclim Carvalho reergueu-se, acumulou nove pontos e deixou cair o vaticínio de condenado, introduzindo-se na luta pela manutenção nesta reta final da Liga. Um resultado que deixa todas as perspetivas em aberto para os «azuis» do Jamor, agora a apenas um ponto do Tondela, a dois do Moreirense e a três do Arouca com quem joga na última ronda.

Um jogo disputado num ritmo muito baixo, com a equipa da casa a assumir, desde logo, as despesas do jogo, com posse de bola, quase sempre no meio-campo do Vizela. Os visitantes, por seu lado, com um forte apoio nas bancadas, fecharam-se bem, em termos defensivos, para ficar à espera de um erro do adversário e depois apostar na velocidade e atacar a profundidade com Zohi, Samú e Kiko Bondoso.

O Belenenses tinha mais bola, mas não encontrava espaços para visar a baliza de Pedro Silva, enquanto o Vizela deixava jogar, mas cada vez que subia, criava perigo. Zohi teve a primeira oportunidade nos pés, logo a seguir Anderson, a cruzamento de Rashid, obrigou Luiz Felipe à defesa da tarde, enquanto Rashid, à entrada da área, atirou por cima da trave. O Vizela parecia estar por cima do jogo, pelo menos ao nível de oportunidades, como Cassiano fez questão de acentuar, com mais um remate perigoso.

No entanto, à passagem da meia-hora, o Vizela acabou por provar do próprio veneno, quando toda a equipa subiu para a área do Belenenses, na sequência de um pontapé de canto. Nilton recuperou, colocou no meio, em João Afonso que, por sua vez, lançou Baraye para a área. O avançado senegalês desmarcou-se em velocidade, entrou na área, aguardou pela saída de Pedro Silva e picou-lhe a bola por cima. Simples e eficaz. O Vizela procurou acelerar o jogo em jeito de resposta, mas até ao intervalo encontrou um Belenenses consistente a fechar todos os caminhos para a baliza de Luiz Felipe.

Álvaro Pacheco não esperou mais e, com duas alterações, inverteu o triângulo do meio-campo, com Rahid a ficar mais recuado, atrás de Samú e agora de Mendéz, além de juntar Schettine a Casiano no ataque. Um novo figurino mais ofensivo que rapidamente se deparou com um «muro» azul, com o Belenenses artilhado para defender a curta vantagem de dentes cerrados. Um jogo de sentido único na segunda parte com o Vizela a atacar com tudo o que tinha e os «azuis» a sair a espaços.

Franclim Carvalho também foi moldando a sua equipa, adaptando-a com duas linhas de quatro, apenas com Abel Camará mais adiantado. Rafael Camacho chegou a comemorar um segundo golo, mas estava claramente adiantado e não valeu. O Vizela sentiu extremas dificuldades para encontrar espaços e só conseguiu visar a baliza de Luiz Felipe em lances de bola parada. A última grande oportunidade do Vizela foi aos 89 minutos, na marcação de um livre, com Schettine a atirar fortíssimo à barra.

O Belenenses arranca, assim, mais três preciosos pontos e, apesar de continuar no último lugar, está agora bem mais perto dos adversários diretos e com uma crença renovada que, afinal, é possível continuar entre os grandes. O Vizela, por seu lado, perde alguma margem de conforto, mas continua numa situação bem mais privilegiada com o rival deste sábado.