Carlos Carvalhal, treinador do Rio Ave, analisa o triunfo no reduto do Belenenses (0-2), em jogo da 6ª jornada da Liga:

«Tínhamos um propósito para este jogo. Tinha falado com os jogadores, tinha dito que na vida temos sempre infortúnios. A vida, muitas vezes, apanha-nos de surpresa. Muitas vezes caímos, mas faz parte do carácter, da ambição, do querer, levantar-se o mais rápido possível. As grandes equipas levantam-se rápido. Dei o exemplo do Manchester City, que tinha perdido no jogo anterior. Eu senti isso no Swansea. As equipas com carácter têm uma reação forte, disse isso aos jogadores, e eles cumpriram. A reação foi muito forte. Tivemos um erro de abordagem frente ao Famalicão, como tivemos agora no jogo com o Tondela. No primeiro jogo fomos conservadores, e no outro falhámos pela gula.»

[sobre a estratégia] «Ao colocar o Benny na direita o Belenenses procurou ter mais um elemento no meio-campo. Conseguimos chegar à vantagem, e fomos competentes em todos os momentos. Soubemos chegar à vantagem, soubemos defender, soubemos contra-atacar. Soubemos esperar pelo momento do 2-0. A vitória não sofre contestação, pois fomos, de facto, a melhor equipa, frente a um adversário que vinha moralizado pela primeira vitória. E num relvado muito difícil para ambas as equipas. O jogo deu 10-0 ao relvado.»

[ainda sobre a estratégia e a aposta em Mané como segundo avançado] «Foi em função do estudo do Belenenses. Sai muitas vezes com três atras, e pensámos que ter o Mané próximo do Bruno seria a melhor forma de anular a construção do Belenenses. Ou pressionando, que até não foi muito possível, ou a condicionar a entrada dos centrais e fechar a linha de passe para os médios. Bloqueando essa fonte, onde tudo começa, teríamos alguma vantagem. Ofensivamente, o Mané depois podia explorar as costas dos laterais do Belenenses, que jogam muito profundos, sobretudo o Calila. E o Bruno do lado contrário a tentar o mesmo.»

[sobre a cobiça que jogadores como Nuno Santos ou Mané podem gerar] «O nosso propósito é ficarmos com os jogadores até final da época, tentarmos que não saiam em janeiro, e os jogadores sabem disso. Não temos só esses jogadores, temos outros que também sabemos que vão ser aliciados, e o nosso propósito também é valorizá-los, naturalmente. Isso tem acontecido frequentemente no Rio Ave.Saiu o Coentrão, o Semedo e o Léo Jardim para equipas de Liga dos Campeões, o Gelson Dala. Mas aquilo que espero é que fiquem até final da época.»

[sobre os treze golos em seis jornadas] «Penso que igualamos o melhor registo do rio ave em termos ofensivos, o que é muito bom para aquilo que propomos, que é ter um futebol atrativo. Estamos muito contentes com isso, mas continuamos a contar com alguma carência. No último jogo, por exemplo, não fomos eficazes, apesar de termos marcado dois golos.»