Depois de capitanear uma travessia na Luz que durou mais de uma década, Rúben Pinto atracou em Belém para conquistar o seu lugar, e não tardou a convencer Ricardo Sá Pinto. Esta época é o jogador com mais minutos na equipa do Belenenses, e um dos pilares do meio-campo dos azuis, juntamente com André Sousa.

Em entrevista ao Maisfutebol, o médio falou do momento «bonito» na equipa do Restelo, da estreia nas competições europeias, e do português como o único idioma que se fala nos corredores.


Rúben, chegou, viu e venceu. Na primeira época conseguiu logo ser aposta de Sá Pinto no Belenenses. Como está a viver este momento no Restelo?
As coisas estão a correr muito bem. Temos feito coisas muito bonitas. Apesar das derrotas que tivemos, foram por uma margem grande, mas estamos satisfeitos com o que temos feito, porque o caminho está a ser bem feito e temos de estar com a mentalidade lá em cima. Tento fazer o meu trabalho dia a dia para ser sempre aposta no onze inicial, e espero continuar assim daqui para a frente.

Quais são os seus pontos mais fortes?
A visão de jogo, o passe, o remate e a decisão, acho que são os meus pontos mais fortes e também o espírito e a entrega que coloco no jogo.

A dupla com André Sousa tem dado bons resultados. Como se explica esta combinação quase perfeita?
Temos estado bem, tem dado bons resultados. Também ajuda a amizade que temos fora do campo. Conseguimos entender-nos muito bem e quase ler a mente um do outro e isso é extremamente importante. Espero que continue assim, e que consigamos continuar com a mesma qualidade e intensidade.

Como tem sido a experiência de jogar nas competições europeias?
Foi a minha estreia. É um momento muito bonito para qualquer jogador e sinto-me muito feliz. Vim para o Belenenses com esse intuito. Fizemos uma coisa muito bonita, que este clube não tinha há muitos anos, e estou orgulhoso de por o nome do clube na alta patente do futebol.

Fala-se muito da juventude do plantel do Belenenses e do facto de serem quase 100% portugueses. Enquanto português, é bom estar rodeado de tantos compatriotas ou acabam por não pensar muito nisso?

É claro que salta sempre à vista de todos, mas dentro de campo não ligamos muito a isso. Por nos entendermos uns aos outros pode ser muito melhor, mas acho que quando estamos a jogar não estamos a pensar se é português ou de outra nacionalidade. O treino é que nos faz seguir aquele objetivo, aquela estrutura e organização. O resto é bom porque valoriza os jogadores portugueses e acho que temos muitos bons jogadores portugueses em Portugal, que muitas vezes não são aproveitados, e este clube está a fazer este ano uma coisa diferente e bonita, e temos mostrado que o jogador português tem muita qualidade.

Acha que a juventude pode ser uma vantagem ou uma desvantagem em relação aos adversários?
Temos as duas faces, muita juventude e também jogadores mais experientes, que ensinam e ajudam, e nós jovens aprendemos e tentamos chegar ao nível de maturidade mais facilmente que é muito importante. Uma coisa compensa a outra.

Que objetivos estabelece para esta temporada?
A manutenção o mais rápido possível. Depois é pensar jogo a jogo e tentar fazer melhor do que na época passada, a mentalidade é essa. Com certeza iremos conseguir pela qualidade e pela família que esta equipa é.

Na infância bastava o sol lá fora e o resto resolvia-se? Escreveu esta frase nas redes sociais. É essa a sua mentalidade no futebol? Divertir-se dentro de campo?
O futebol é alegria, acima de tudo. O jogador quando vai para dentro do campo sem alegria, as coisas não correm bem. Isto serve para nós como para qualquer profissão no mundo. Não somos diferentes das outras pessoas, somos iguais. Mas temos uma televisão que nos mostra para todo o mundo. Temos a felicidade de fazer aquilo que gostamos, o que, hoje em dia, infelizmente é difícil. Com alegria faz-se tudo bem, sem ela é difícil poder encarar o dia-a-dia. A nossa felicidade faz os outros sentir-se felizes também. Nós jogadores temos de ter isso na cabeça, acordarmos felizes, apesar das adversidades, porque a vida vai acabar por correr melhor.