Belenenses e Tondela, duas equipas com boas ideias de jogo, defrontaram-se neste sábado num lamaçal que não lhes permitiu expor todas as capacidades, mas que ainda assim não desiludiu. Sobretudo em termos de emoção.

O empate (2-2) premeia a entrega de ambas as equipas, ainda que castigue mais o Belenenses que, além de ter marcado logo aos 2 minutos, desperdiçou uma grande penalidade à entrada dos últimos dez minutos.

A derrota, porém, seria castigo demasiado pesado para a equipa de Pepa, que tinha dito que a derrota com o Desp. Chaves tinha sido «um furo no pneu», mas que o Tondela tinha de seguir no trilho dos pontos.

Ora, em desvantagem desde muito cedo e num campo impraticável, a equipa beirã colocou pneus todo-o-terreno e leva um ponto de uma casa que tem sido muito difícil para todos os adversários. A casa, aliás, onde mora o, agora, quinto classificado de forma isolada.

Lição de recauchutagem do Tondela

Apesar de ter sido o Belenenses a entrar melhor – ou talvez por isso – foi o Tondela a assumir o jogo que se fez muito mais de combate do que de futebol à flor da relva, fruto do estado do relvado. A chuva intensa que caiu antes e durante a partida tornaram o jogo confuso.

Mas de toda a lama que foi surgindo com o avançar do tempo de jogo, foi a intensidade do Tondela que mais sobressaiu. A equipa de Pepa não se cansou de correr atrás do prejuízo provocado pelo golo de Henrique logo no segundo minuto e alcançou a reviravolta ainda na primeira parte.

Mas para isso, lutou muito. Os jogadores do conjunto auriverde ganharam quase todos os duelos – chegavam mais cedo e com mais vontade à disputa por cada bola – e fizeram por merecer a vantagem ao intervalo.

O lance do golo do empate é, aliás, um exemplo perfeito do que foi a maior vontade do Tondela. Depois de Delgado cabecear à trave, o mesmo jogador tentou a recarga, mesmo deitado no chão, a bola acabou por sobrar para o combativo Bruno Monteiro, que atirou certeiro.

A equipa de Pepa não abrandou depois do empate e, num rasgo de genialidade, Peña rasgou a defesa do Belenenses com um passe delicioso para Tomané apontar o 2-1, mesmo em cima do intervalo.

O golo ainda foi invalidado por pretenso fora de jogo, mas o VAR certificou a legalidade do lance e confirmou a vantagem tondelense ao intervalo.

Fredy atolado nos onze metros

Depois do descanso, e com a chuva a dar uma trégua, o Belenenses surgiu com outra cara na partida e demorou pouco a restabelecer a igualdade, novamente por Henrique, que bisou na partida e lançou a equipa belenense para uma segunda parte bem mais positiva.

O conjunto orientado por Silas tentou tomar então a iniciativa do jogo, carregou na busca pelo terceiro golos, mas esbarrou, ora na consistência defensiva do Tondela, ora no mau estado do relvado, sobretudo junto da baliza que Cláudio Ramos ocupou na segunda parte e que tinha sido a mais assediada nos primeiros 45 minutos.

A superioridade dos lisboetas durou cerca de 20 minutos, até o Tondela voltar a ameaçar a baliza de Muriel, mas com o mesmo sucesso nulo que o adversário.

Até que, aos 80 minutos, surgiu uma oportunidade de ouro para a equipa da casa. Cláudio Ramos chegou atrasado a um duelo no chão com Licá, derrubou o avançado azul e cometeu grande penalidade que só não resultou na perda total de pontos porque Fredy atirou ao lado.

Sobra um ponto para cada equipa. Positivo para o Tondela na sua luta e mal menor para o Belenenses que foge para o quinto lugar, agora de forma isolada, à espera do que faz o Moreirense.