Três pontos podem ser reticências, mas para o FC Porto é um saboroso ponto final.

Na Luz, uma vez mais.

Os dragões são campeões nacionais 2021/22, e voltam a festejar no reduto do rival, onze anos depois.

O empate bastava à equipa de Sérgio Conceição, mas Zaidu prescindiu da faceta reservada para ir ao ataque lançar a festa. Para que não restassem dúvidas, o FC Porto ainda ganhou o jogo na Luz.

Um desfecho penalizador para a exibição do Benfica, que chegou a festejar um golo do inevitável Darwin, anulado com recurso ao VAR, por dois centímetros.

Mas o golo que valeu foi mesmo o de Zaidu, a lançar, ainda antes do apito final, a festa de um campeão mais do que justo.

Ainda que motivada pelos problemas físicos de Everton e Diogo Gonçalves, a entrada de Gil Dias e Valentino Lazaro no onze de Nélson Veríssimo parecia reforçar a expectativa de um Benfica sustentado na coesão defensiva, à procura de surpreender na transição, sobretudo através de Darwin.

Essa tem sido a receita mais eficaz nos últimos tempos, de resto, mas a verdade é que as águias entraram no Clássico de garras afiadas. E com essas duas novidades em plano de destaque, embora sem ocasiões de perigo para a baliza de Diogo Costa, nesse ímpeto inicial.

O FC Porto só conseguiu responder ao fim de um quarto de hora, mas logo de forma mais convicta: Otávio lançou Taremi nas costas de Vertonghen, mas Vlachodimos impediu o golo do iraniano, que ainda cabeceou por cima na recarga.

Logo a seguir também Evanilson apareceu no jogo, mas aí com um remate bem menos incomodativo para o guarda-redes do Benfica.

O jogo depois entrou num ponto de equilíbrio até o descanso. Dividido, animado até, mas sem sinais iminentes de golo.

Realidade oposta trouxe a segunda parte, desde logo na fase inicial. Evanilson abriu logo a etapa complementar com um remate que obrigou Vlachodimos a voo apertado.

O FC Porto mostrava vontade de impor-se, mas foi do lado oposto que a bola entrou na baliza. Assistido por Otamendi, Darwin fez balançar as redes, para êxtase dos adeptos encarnados, mas o lance acabou anulado com recurso ao VAR (52m).

Por dois centímetros se perde, por largos metros se ganha.

É que o Benfica foi, gradualmente, apresentando um “all in” em busca da vitória. Seferovic entrou logo ao minuto 61, e Nélson Veríssimo acabou o jogo com os três pontas de lança em campo, mas a sintonia entre eles foi quase nula.

A melhor ocasião encarnada acabou por ser um livre direto de Grimaldo, que saiu por cima, ao minuto 89.

Embora focado sobretudo em segurar o empate, suficiente para confirmar o título, o FC Porto nunca deixou de espreitar a transição. Galeno entrou para criar muitas dificuldades à defesa encarnada, pela esquerda, mas foi do lado oposto que a equipa de Sérgio Conceição lançou a festa.

Pepê fez todo o corredor em velocidade e serviu Zaidu para o ponto final.

No jogo e no campeonato.