Que rotação!

Foi pelo ritmo que o Benfica começou a vencer o Rio Ave.

E tudo começou na rotação de Roger Schmidt. O treinador alemão mudou cinco titulares da equipa que defrontou o Paris Saint-Germain, e o a equipa não se ressentiu.

Pelo contrário, até.

Os primeiros cinco minutos na Luz foram de autêntico «rolo compressor» encarnado.

Até ao balde de água. Porque foi no sexto minuto que o Rio Ave, na primeira vez que passou a linha do meio-campo, inaugurou o marcador.

Numa saída construída desde o guarda-redes Jhonatan e que teve um passe de Samaris a desmontar a defesa do Benfica, Aziz assistiu e Fábio Ronaldo fez o 1-0.

Essa pequena pedra, porém, não travou a engrenagem com que as águias estavam no jogo.

Os lances de perigo junto da baliza de Jhonatan surgiam uns atrás dos outros. E mais um. E mais outro. Era uma questão de tempo.

E foram sete minutos de resistência. Uma resistência que quebrou em quatro toques.

João Mário tabelou com Enzo. Recebeu do argentino. Cruzou para Gonçalo Ramos, que encostou para o empate.

Um. Dois. Três. Quatro.

Três. Um. Quatro. Dois.

O que aconteceu depois, ao minuto 19, teve tanta lógica como o parágrafo anterior. É difícil de descrever. Jhonatan recebeu um atraso de Baeza… e fugiu com a bola para dentro da baliza.

Parece inacreditável? Foi inacreditável.

E o guarda-redes do Rio Ave até estava a ser um dos melhores em campo. Era graças a ele que o Benfica ainda não estava na frente. Mas foi por causa dele que a reviravolta aconteceu.

E depois, tudo voltou a ter lógica na partida. O Benfica continuou a carregar, o Rio Ave a defender-se de forma brava, mas sem conseguir travar o domínio encarnado.

Mesmo em cima do intervalo, Gonçalo Ramos bisou, deu vantagem de dois golos ao Benfica e luz verde para Schmidt começar a poupar mais gente para o jogo com o PSG a meio da semana.

Ao intervalo Ramos e Enzo cederam os lugares a Florentino e Musa, o croata estreou-se a marcar mais ou menos à hora de jogo e deu contornos de goleada ao resultado.

Contudo, até ao final da partida, ainda houve espaço para dois momentos sublimes.

Aos 65m, Samaris foi substituído na equipa do Rio Ave e o Estádio da Luz levantou-se para aplaudir alguém que foi um dos seus ao longo de sete anos. O grego chorou, nas bancadas houve também lágrimas, e viveu-se um daqueles momentos que tornam o futebol bonito.

Tal como o golo que Guga apontou já perto do final e que fechou o marcador. O médio recebeu à entrada da área descaído para a direita e rematou em arco ao poste mais distante, numa bela pintura que fechou uma noite de alta intensidade.

De jogo e de emoções. Tudo em alta rotação.