José Couceiro, treinador do Estoril, depois da goleada consentida diante do Benfica (0-6), no Estádio da Luz, em jogo da 23ª jornada da Liga.

[Análise ao jogo]
- Entrámos no jogo de forma muito passiva. Na primeira parte tivemos praticamente a fazer uma posição passiva, pouco agressivos, falhámos muitos passes. O Benfica esteve bem, portanto, nem tivemos capacidade para parar um bocado o jogo. O jogo resolve-se nesse período entre os 15 e os 40 minutos. Foi o acumular dos golos. Na segunda parte entrámos melhor, mais agressivos, a ter mais bola, mas infelizmente há muita falta de bom senso. A expulsão de Esiti não é para segundo amarelo. Não justifica a derrota, mas é um facto que não posso deixar passar em claro. Demonstra bem o que tinha dito na antevisão do jogo Também tenho muitas dúvidas no penálti. O jogo naquele momento estava decidido, não estou aqui à procura de desculpas. O resultado chegou ao 6-0, é um resultado pesado, mas a nossa primeira parte foi de facto má. A responsabilidade é nossa. Não quero arranjar desculpas porque faltou A, B ou C..

[Pior fase do Estoril, o que se passa?]
- Há neste momento uma falta de confiança. O jogo com o Benfica nunca é o jogo ideal, ainda por cima na Luz. A quantidade de jogadores que perdemos e que se lesionaram em simultâneo retirou qualidade à equipa. Depois há momentos em que precisamos de mais experiência. Demos a responsabilidade a muitos jovens que estão afazer o primeiro ano de primeira liga. São muitos, portanto, é um momento de maior tensão.

[Cinco derrotas consecutivas e esta goleada. Que repercurssões pode ter?]
- Vamos ter de fazer uma análise nossa obviamente. Se o treinador for parte do problema, é a solução mais fácil. As derrotas não dão confiança a ninguém. Podia arranjar aqui uma série de justificações em relação ao mau desempenho. As equipas têm de estar preparadas para ter problemas e saber reagir. A primeira parte não foi boa, fomos passivos e a jogar dessa forma é um convite para o Benfica.

[Sente-se confortável com estes resultados?]
- Quando vim para o Estoril, o que me foi pedido foi uma época de completa transição. O que me foi pedido é que a mantivesse a equipa na I Liga e isso está a ser conseguido. Estamos num momento negativo. Agora fazer crescer jogadores nestas condições é mais difícil. Que há uma perda de confiança, claro que há como há sempre quando não se ganha,. Se se chega a uma conclusão que o problema é da equipa técnica, a solução é mais fácil. O Esiti é um jogador fantástico, mas não tem a experiência do Gonçalo. Tem apenas vinte anos, não posso pedir-lhe para por gelo no jogo. As épocas de transição têm estes riscos. Tenho experiência suficiente para saber que é necessária confiança